Para Dilma, propostas de Marina ameaçam indústria e emprego
Segundo candidata petista, um possível corte desses incentivos afetaria "tanto os atuais níveis de emprego como a criação de novas vagas"
A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff afirmou neste domingo que algumas das propostas da candidata presidencial do PSB, a ambientalista Marina Silva, supõem uma ameaça para a indústria nacional e, consequentemente, para o emprego.
"Isso preocupa. Queria dizer que não fui escolhida para desempregar ou para reduzir a importância da indústria", declarou Dilma em entrevista coletiva, na qual comentou o programa de governo que Marina Silva apresentou ao eleitorado na última sexta-feira.
Em um de seus capítulos, o programa de Marina Silva diz que é "indispensável" revisar as políticas de incentivos fiscais a certos setores industriais, como o naval ou automobilístico, já que medidas dessa natureza "só são efetivas quando constituem casos especiais e não como regra da política industrial".
No entanto, segundo Dilma, um possível corte desses incentivos afetaria "tanto os atuais níveis de emprego como a criação de novas vagas", assim como a própria indústria nacional. A presidente lembrou que, nos últimos anos, grandes empresas do setor automotivo, entre as quais citou Audi, BMW e Nissan, aumentaram seu investimento no País com um compromisso de acrescentar a seus produtos componentes nacionais e favorecer a criação de novos postos de trabalho.
"A política de conteúdo local tem como base produzir no Brasil o que pode ser produzido no Brasil, mantendo preços e qualidade, e foi muito bem-sucedida, tanto na indústria automobilística como na indústria naval", afirmou Dilma. Neste aspecto, Dilma reiterou que, desde que assumiu o poder, em 2011, foram criados 5 milhões de novos empregos, que se somaram aos 15 milhões gerados durante o governo Lula.
"Minha proposta como candidata é seguir criando empregos e assegurar que sejam cada vez mais qualificados", destacou a candidata à reeleição. Ambas as candidatas participarão amanhã, segunda-feira, do segundo debate televisionado desta campanha, que será organizado pelo canal "SBT" e pelo jornal "Folha de S. Paulo".