Debate na Paraíba é marcado por acusações e constrangimento
Candidato à reeleição, Ricardo Coutinho foi um dos principais alvos das críticas dos adversários
No debate entre candidatos ao governo da Paraíba, realizado na noite desta quinta-feira, pela TV Clube/Band, os postulantes ao cargo máximo do executivo estadual trocaram farpas, acusações e geraram um clima de desconforto entre os militantes.
As propostas foram apresentadas, mas parecem ter ficado em segundo plano. Por diversas vezes, mesmo nos bastidores, Cássio Cunha Lima (PSDB), Ricardo Coutinho (PSB), Vital do Rêgo (PMDB), Major Fábio (PROS), Tárcio Teixeira (PSOL) e Antônio Radical (PSTU) tiveram de ser interrompidos com pedidos de respeito.
Candidato à reeleição, Ricardo Coutinho foi um dos principais alvos. A saúde rendeu várias perguntas e esquentou o debate. Os opositores destacaram o que chamaram de "crise", em relação ao uso de macas do SAMU no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Há alguns meses, a retenção de macas no Trauma (principal hospital de João Pessoa) provocou até a morte de pacientes, já que o Samu ficou impossibilitado de atender as ocorrências normalmente.
Além disso, a redução de leitos hospitalares, a terceirização de hospitais e a falta de estrutura nas unidades foram tema de discussão. Gastos com segurança e comunicação também foram questionados pelos candidatos. O governador rebateu as críticas e chegou a insinuar que havia um acordo entre os outros candidatos para repetir os mesmos questionamentos. Uma das indagações de Coutinho foi direcionada ao candidato do PMDB, Vital do Rego. O peemedebista perguntou ao governador como ele se sentia por ter demitido 28 mil servidores e logo depois readmitido por “apadrinhamento político”. “Não acredito que um senador da República venha para a televisão apresentar declarações inverídicas, com intenção de confundir o eleitor”, declarou o candidato à reeleição, pedindo respeito.
Cássio Cunha Lima deixou o clima ainda mais tenso ao afirmar que o candidato à reeleição tinha o hábito de inventar dados. O tucano chegou a chamar Coutinho de “oportunista”. “Você fala aquilo que lhe convém, lamento a forma oportunista como você trata as pessoas”, disse Cássio. “Agora, sou eu que exijo respeito”, complementou. Ricardo se defendeu ao falar que Cássio precisava reconhecer as falhas de sua gestão, quando foi governador.
Tanto Cunha Lima quanto Coutinho ficaram incomodados quando os outros candidatos fizeram questão de lembrar que ambos foram aliados na última eleição estadual. “Cássio estava do lado de Ricardo em várias ações da atual gestão, lamentável.”, ressaltou o Major Fábio, do PROS.