Presidente do partido de Pablo Marçal é acusado de fraude em filiações e ameaça de morte
Leonardo Avalanche foi acusado anteriormente de ter vínculos com a facção criminosa PCC
Presidente do PRTB é acusado de fraudar filiações e fazer ameaças de morte, pedido de afastamento foi negado
Leonardo Avalanche, presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), está sendo acusado de fraudar filiações dentro da sigla e de fazer ameaças de mortes. O secretário-geral do PRTB, Marcos Andrade, e a ex-vice-presidente da sigla, Rachel de Carvalho, são os responsáveis por protocolar a acusação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a Folha de S. Paulo, Rachel deixou o cargo após Avalanche ter a ameaçado de morte. No processo, eles solicitam ao TSE que Avalanche seja destituído do comando do partido com urgência. O empresário Pablo Marçal, aliás, concorre à prefeitura de São Paulo por meio da sigla.
O pedido de afastamento provisório de Avalanche, no entanto, foi negado pela ministra Cármen Lúcia, que afirmou: "As alegações não podem prescindir da produção de provas em juízo, observado o contraditório, o que afasta a concessão da tutela de urgência antes da devida instrução processual, sem a oitiva do requerido".
Na peça protocolada no TSE em 19 de junho, Marcos e Rachel afirmam que Avalanche "utiliza o partido como seu empreendimento privado". De acordo com eles, o presidente do PRTB negocia com partidos do país inteiro posições dentro da sigla.
Na acusação, Rachel relata que foi coagida a deixar o posto de ex-presidente. "Tais constrangimentos continuaram e caminharam para coações que culminaram em ameaças de morte que geraram o seu ato de renúncia do cargo assinada na data de 3 de abril de 2024", diz a peça.
Em entrevista à Folha, a ex-vice-presidente conta que Avalanche a ameaçou de morte: "Ele me chamou na mesa e falou pra mim: 'No dia que eu falar para você pegar sua vara e ir pescar, é porque eu vou te matar'".
Ela declara que também foi ameaçada por um advogado próximo ao dirigente, que pediu para que ela e outros membros deixassem seus respectivos cargos no partido.
"Isso foi no dia 3 [de março]. Eu tinha enterrado meu pai no dia 2 e estava extremamente sensível. Eles me fizeram tirar uma selfie depois de ter chorado pela morte do meu pai. Fui pressionada [para renunciar]. É horrível lembrar disso", explica.
Segundo a denúncia, o presidente do PRTB filiou 77 pessoas de outros partidos com o objetivo de garantir sua vitória pela presidência da sigla. Avalanche já havia sido denunciado anteriormente por manter vínculos com integrantes da facção criminosa PCC.