Primeiro debate após ‘cadeirada’ é marcado por candidatos blindados e imprensa isolada
Segurança reforçada e cadeiras parafusadas foram medidas impostas nesta terça
A expectativa era grande para saber como seria o comportamento dos candidatos à Prefeitura de São Paulo no primeiro reencontro, dois dias após a agressão de José Luiz Datena (PSDB) com um banco contra Pablo Marçal (PRTB) no debate na TV Cultura. Se existia temor de mais confusão, o bastidor do encontro no estúdio da RedeTV! na manhã desta terça-feira, 17, estava como o clima na capital paulista: frio.
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Na porta de entrada, candidatos e suas equipes passaram por detector de metal. Candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), por exemplo, precisou retirar as folhas de um fichário para receber autorização para entrar no local.
Enquanto os oponentes se acusavam e gritavam entre si no auditório da emissora em Osasco, a imprensa foi isolada em um estúdio separado.
Por meio de um telão, jornalistas acompanharam o debate. A organização informou que estariam presentes os assessores dos candidatos também no espaço. No entanto, apenas uma representante da campanha de Tabata Amaral (PSB) esteve entre os jornalistas. Na porta, uma equipe de Marçal ficou aguardando e capturando imagens para futuros cortes.
No auditório ao lado, onde ocorreu o debate, a segurança foi reforçada. Uma pessoa presente revelou ao Terra que, durante os intervalos, um segurança se aproximava de cada um dos púlpitos -medida para evitar novas agressões. Os assessores dos candidatos também aproveitavam o momento para passar orientações aos políticos.
As cadeiras, por sua vez, estavam parafusadas, como veiculado anteriormente. Não houve agressões no encontro, contudo, os olhares de Datena e Nunes contra Marçal foram cortantes durante todo o debate. No final, Boulos chegou a brincar que a prática impediu que o atual prefeito e ex-coach, que protagonizaram um verdadeiro barraco, voltassem repetir a agressão.
Só após o final do debate, a imprensa teve acesso próximo aos candidatos e pode fazer questionamentos sobre os acontecimentos recentes. O primeiro a responder às perguntas foi Pablo Marçal (PRTB), mesmo que Marina Helena (Novo) tivesse sido escolhida para iniciar as entrevistas. A equipe do ex-coach correu para ocupar o púlpito e sair na frente dos oponentes.
O influenciador abordou a agressão sofrida no último domingo, 15. “Eu acredito que conseguiria ir a pé”, disse o influenciador, que foi acusado de fazer “show” ao ser encaminhado ao hospital em ambulância, com máscara de oxigênio.
Na entrada de Datena, o apresentador brincou com os presentes: “Bu” foi a primeira palavra proferida. Questionado se ele assustou o Marçal no encontro, ele afirmou que não.
Já após acusar Tábata de usar jatinho para visitar o namorado, Marina Helena (Novo) se recusou a informar quais provas teria, alocando a responsabilidade à acusada de se provar inocente.
Tábata, por sua vez, afirmou ter se aproximado da candidata durante um intervalo para informá-la de que havia recebido informações falsas. Caso não se retrate publicamente nos próximos dias, promete processá-la.
Ao final, apesar da tensão entre os candidatos, foi possível ouvir palmas e comemorações com cada saída. O próximo encontro está marcado para às 11h15 desta sexta-feira, 20, com a transmissão do Terra em parceria com SBT e rádio Nova Brasil.