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PRTB consultará TSE sobre chances de Mourão ir a debates

Partido vice na chapa do PSL busca minimizar ausência do presidenciável, que se recupera de atentado à faca

11 set 2018 - 20h08
(atualizado às 20h42)
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Partido do general da reserva Hamilton Mourão, o PRTB consultará o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de o vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) substituir o candidato nos debates na TV. Em reunião nesta terça-feira, Mourão, os também generais da reserva Augusto Heleno Ribeiro e Oswaldo Ferreira e o presidente do PRTB, Levy Fidelix, avaliaram que a campanha deve tentar, nesta reta final de primeiro turno, minimizar a ausência de Bolsonaro, que se recupera do atentado que sofreu em Juiz de Fora.

Enquanto Bolsonaro planeja gravar vídeos e uma entrevista para rádio no quarto do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado, Mourão se desdobra em viagens e eventos públicos. Nesta semana ele visitará as cidades de Cascavel e Londrina, no Paraná, Rio de Janeiro e Manaus. Na próxima semana, o vice percorrerá cidades do interior paulista visitadas no mês passado por Bolsonaro.

General Hamilton Mourão é candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro
General Hamilton Mourão é candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro
Foto: Renato S. Cerqueira / Futura Press

A presença de Mourão nos debates ainda não é consenso na equipe que coordena a campanha presidencial de Bolsonaro. Há resistência por parte do PSL, partido comandado por Gustavo Bebianno. "A gente não pode ficar imobilizado", ressalta Mourão. "Vamos perguntar ao TSE. Se o Tribunal avaliar que sim, aí vamos discutir se devemos ou não participar dos debates", ressaltou. "Bolsonaro que é o homem de massa, das ruas, mas não podemos deixar o espaço vazio", completou.

Vitimização 

Mourão ressalta que a volta de Bolsonaro às ruas dependerá da posição dos médicos, mas disse acreditar que até 12 de outubro, quando começa "pra valer" o segundo turno, o candidato estará em condições de participar da campanha. O general avaliou que os vídeos de campanha não devem focar no drama de Bolsonaro no leito de hospital, mas "em outra situação". "Esse troço já deu o que tinha que dar. É uma exposição que já cumpriu sua tarefa", disse. "Vamos acabar com a vitimização, chega."

Candidato à Presidência, deputado Jair Bolsonaro (PSL), conversa com general da reserva Augusto Heleno durante protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, em abril
04/04/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino
Candidato à Presidência, deputado Jair Bolsonaro (PSL), conversa com general da reserva Augusto Heleno durante protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, em abril 04/04/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Levy Fidelix não escondeu a irritação com aliados. Ele chegou a reclamar das "mariposas" que tiveram acesso ao quarto de Bolsonaro e fizeram vídeos "oportunistas". "O Mourão não é um vice à toa, um boneco, um ventríloquo. Ele é um protagonista. Foi isso que acertei lá atrás com o Bolsonaro."

O general Heleno disse que, no trabalho de reorganizar a campanha, é preciso unir o PSL e o PRTB para "traçar" prioridades de eventos e viagens. Na avaliação do general da reserva, a campanha não pode relevar a figura de Mourão neste momento. "O Mourão é um sujeito com muito conteúdo, isso deve ser aproveitado", afirmou. "É claro que ele ainda não tem a empatia do Bolsonaro, porque entrou há pouco tempo na campanha, mas pode cumprir bem o papel", ressaltou. "Para isso, ele é o vice. Ele não é um vice decorativo."

Tanto Mourão quanto Heleno avaliam que a campanha deve partir em direção ao voto dos indecisos, especialmente do eleitorado feminino e das classes mais pobres da população. Heleno disse que é preciso rebater afirmações dos concorrentes de que Bolsonaro está disposto a acabar com o Bolsa Família e programas de educação em áreas de fronteira, por exemplo. "O Bolsa Família é um programa humanitário", afirmou.

As articulações e conversas entre os coordenadores de campanha estão chegando a Bolsonaro especialmente por meio do filho Carlos, vereador licenciado do Rio de Janeiro que acompanha mais de perto o dia a dia do pai no hospital. As prescrições e exigências médicas dificultam o papel moderador e de coordenação que o próprio Bolsonaro fazia antes do atentado.

Heleno relatou que o candidato está "inquieto". "Ele está ouriçado, quer saber de tudo. Está preocupado com a ausência dele na campanha", afirmou. "Qualquer um de nós, em cima de uma cama, fica assim. Ele não é um ET", ressaltou.

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