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PSOL oficializa apoio a Haddad no 2º turno das eleições 2018

No domingo, o candidato do partido ao Palácio do Planalto, Guilherme Boulos, já havia declarado apoio ao petista

8 out 2018 - 20h15
(atualizado às 20h41)
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A executiva nacional do PSOL oficializou nesta segunda-feira, 8, o apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições 2018. Segundo o texto, a disputa com Jair Bolsonaro (PSL) se caracteriza como "a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe."

"O PSOL compreende que a luta para derrotar Bolsonaro no 2º turno é para defender e ampliar direitos e não para negociá-los. Seguiremos enfrentando privilégios e lutando para que o povo ocupe o centro das decisões. Só assim será possível garantir um ciclo de esperança, justiça, igualdade e soberania no Brasil", diz o texto da nota.

Guilherme Boulos era o candidato à Presidência pelo PSOL, mas não avançou ao segundo turno
Guilherme Boulos era o candidato à Presidência pelo PSOL, mas não avançou ao segundo turno
Foto: Ananda Migliano / O Fotográfico / Estadão

No domingo, 7, o candidato do partido ao Palácio do Planalto, Guilherme Boulos, já havia declarado apoio a Haddad em mensagem no Twitter. "Fizemos uma campanha de cabeça erguida e plantamos sementes para o futuro. Agora estaremos nas ruas para derrotar o fascismo e eleger quem representa a democracia no segundo turno: Fernando Haddad. #EleNao", afirma a mensagem.

Veja, na íntegra, a mensagem do PSOL:

"#EleNão: para derrotar Bolsonaro e defender direitos, no 2º turno o PSOL defende o voto em Haddad e Manuela

As eleições no primeiro turno terminaram mantendo o mesmo cenário de instabilidade e polarização provocados pelo golpe de 2016 e que aprofundou uma crise econômica e social que já se desenvolvia. Também aprofundou uma crise de representação política de tal monta que gerou as condições para o surgimento de uma candidatura de extrema-direita e que chegou ao segundo turno com apoio de parte considerável das classes dominantes. A eleição golpeou diferentes caciques políticos, fazendo com que a extrema-direita capitalizasse a raiva social contra o "sistema".

O 2º turno é a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe. A tarefa central nesse momento é, portanto, derrotar Bolsonaro. Sua derrota abre a possibilidade de bloquear a agenda iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo. Para isso o PSOL apoiará a partir de agora a candidatura de Haddad e Manuela, mesmo mantendo diferenças políticas e preservando nossa independência. Convocamos toda a nossa militância a tomar as ruas para continuar dizendo em alto e bom som: ele não!

O PSOL e a aliança que conformamos no primeiro turno em torno de Boulos e Sônia, com os movimentos sociais e o PCB, intelectuais e artistas continuará a defender a dignidade do povo brasileiro contra a desigualdade e os privilégios. Essa candidatura marca o início de um novo ciclo na esquerda brasileira e o PSOL tem orgulho de ter acolhido e estimulado essa construção. Por isso, continuaremos a defender as causas que nenhuma outra candidatura teve a coragem de sustentar.

Estaremos na campanha para derrotar Bolsonaro e eleger Haddad e Manuela defendendo a soberania nacional e os direitos da maioria de nossa gente. Estaremos nas ruas e nas urnas exigindo a revogação de todas as medidas do governo Temer, contra a reforma da previdência, a reforma trabalhista, o fim do genocídio contra a população negra, o fim da violência contra a comunidade LGBT, a desmilitarização da polícia, a legalização das drogas, a demarcação das terras indígenas e quilombolas, o desmatamento zero e na defesa dos direitos das mulheres e todas as suas pautas - a igualdade salarial, a lista suja do machismo e a legalização do aborto. E para tanto, não abriremos mão da luta por nossa soberania energética com a defesa do Pré-sal, da Petrobrás e da Eletrobrás, na perspectiva de uma transição da matriz energética e do modal de transportes.

O PSOL compreende que a luta para derrotar Bolsonaro no 2º turno é para defender e ampliar direitos e não para negociá-los. Seguiremos enfrentando privilégios e lutando para que o povo ocupe o centro das decisões. Só assim será possível garantir um ciclo de esperança, justiça, igualdade e soberania no Brasil.

Orientamos nossa militância a constituir comitês amplos pelo #EleNão. O exemplo das mulheres, que tomaram as ruas no último dia 29 de setembro, nos inspira e fortalece para que novas manifestações massivas ocorram para derrotar a extrema-direita. Estaremos na campanha para levar Haddad e Manuela a vitória e para que a vontade do povo seja respeitada. Onde houver segundo turno para os governos estaduais, orientamos nossa militância a apoiar nomes que se opunham publicamente ao projeto de Bolsonaro. Em cada estado as instâncias locais definirão as formas de contribuir ativamente na mobilização popular para derrotar o atraso, priorizando a construção de espaços plurais e que incorporem todos e todas que defendem a democracia, mantendo nossos princípios e a coerência que marcam o PSOL.

Continuaremos nas ruas, juntos, sem medo de mudar o Brasil. Ele não!

Executiva Nacional do PSOL

São Paulo, 8 de outubro de 2018"

Veja também:

Bastidores: Eleições 2018:
Estadão
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