PSOL pede no TSE que Whatsapp adote medidas contra disseminação de fake news
Em nota, o aplicativo de mensagens afirma que investiga o suposto disparo em massa de mensagens contra o PT nas eleições 2018
BRASÍLIA - O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) afirma que entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira, 18, para que o aplicativo WhatsApp providencie em até 72 horas mecanismo que restrinja o compartilhamento, encaminhamento e transmissão de mensagens, alegando que as medidas são necessárias para evitar ou reduzir a circulação de notícias falsas. O partido também solicita que seja reduzido o tamanho de novos grupos no aplicativo.
Num pedido alternativo, a sigla requer que, caso o TSE não considere as primeiras medidas suficientes, seja suspenso o aplicativo em todo o território nacional a partir de sábado, dia 20 de outubro, até o fim das eleições 2018.
Na ação, o PSOL afirma que a posição do aplicativo "foi central, e quiçá, o meio principal no modo de propaganda eleitoral e de disseminação de debates e opiniões."
A sigla afirma que, apesar da preocupação da Corte Eleitoral com as chamadas "fake news', as notícias falsas "não foram controladas, seja pelo TSE, seja pelo aplicativo de mensagens."
"As notícias falsas, difamatórias, mentirosas e de ódio grassaram país à fora numa quantidade incalculável e ajudaram a definir opções de voto e manifestações de apoio a determinados candidatos", afirma o partido, para quem a situação tem "desequilibrado o pleito eleitoral."
Atualmente, o WhatsApp permite que um usuário encaminhe uma mensagem para 20 destinatários. Nesta semana, a ONG SaferNet Brasil, integrante do Conselho Consultivo Sobre Internet e Eleições do TSE, sugeriu que o aplicativo reduza este número para cinco, como é feito na Índia.
Em nota, o aplicativo de mensagens afirmou que investiga o suposto disparo em massa de mensagens contra o Partido dos Trabalhadores por empresários que apoiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL). O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.
O aplicativo confirmou a abertura da investigação em nota enviada ao Estado. O Whatsapp, ainda na nota, afirma que "tem proativamente banido centenas de contas durante o período das eleições brasileiras."
"Temos tecnologia de ponta para detecção de spam que identifica contas com comportamento anormal ou automatizado, para que não possam ser usadas para espalhar spam ou desinformação" diz a nota.
Segundo a Folha, os disparos de milhões de mensagens são comprados por empresas que apoiam o candidato por até R$ 12 milhões. A reportagem afirma que os preços variam de oito a doze centavos por mensagem para contatos de bases de dados fornecidas pelo candidato e das agências que prestam esse tipo de serviço.
Sobre o envio em massas de mensagens via o aplicativo, o Whatsapp afirmou que está comprometido em reforças suas políticas para proteger a experiência do consumidor. "No mundo, o limite de membros para grupos é 256 pessoas. Para encaminhamento de mensagens, há um limite global de 20 mensagens (exceto na Índia, onde o limite são cinco mensagens)", diz a nota.