PT confirma candidatura de Miguel Rossetto ao governo gaúcho
Com indicação de candidata a vice do partido, petistas lançam chapa pura ao governo após 16 anos
PORTO ALEGRE - Em convenção realizada neste domingo, 5, o ex-ministro Miguel Rossetto foi oficializado pelo PT como candidato ao governo do Rio Grande do Sul nas eleições 2018. Rossetto terá ao seu lado a vereadora de São Leopoldo Ana Affonso (PT). Há 16 anos o PT gaúcho não lançava chapa pura. No entanto, o quadro pode mudar, já que a sigla espera trazer o PCdoB para uma aliança.
A exemplo da executiva nacional, o PT do Rio Grande do Sul mantém conversas há meses com o PCdoB, segundo dirigentes petistas. No sábado, o PCdoB oficializou a candidatura de Abigail Pereira ao governo do Estado. Os petistas, no entanto, nunca esconderam a vontade de repetir a aliança de outras eleições para as majoritárias. Em 2014, a própria Abigail Pereira concorreu como vice de Tarso Genro (PT). PCdoB e PT estiveram juntos nas últimas seis eleições ao governo gaúcho.
O presidente estadual do PT, deputado federal Pepe Vargas, porém, afirmou no evento que o PT irá indicar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula, enquanto ainda dialoga com o PCdoB. Questionado pelo Estadão/Broadcast sobre sua declaração, Pepe Vargas desconversou. "Eu dei o informe do que estava acontecendo, que não era uma decisão definitiva mas que estava se encaminhando para isso. Citei o nome (Haddad) como uma possibilidade, mas não cabe a nós decidir isso", disse.
Críticas contra Sartori na convenção
No encontro, Miguel Rossetto criticou a administração do governador José Ivo Sartori (MDB) e afirmou que irá pagar os salários dos servidores em dia. "Precisamos de um governo que valorize seu povo e seus servidores. Irei reconstruir o que foi destruído por este governo. O Rio Grande que nós queremos governar tem trabalho e emprego. É um Estado que respeita seu servidor", disse. O Estado passa por uma grave crise financeira, com uma dívida que passa dos R$ 70 bilhões e os vencimentos do funcionalismo são parcelados há pelo menos 30 meses.
"Tenho um compromisso de fazer do Rio Grande do Sul um Estado forte, desenvolvido, sem precisar vender. Onde os homens e mulheres possam andar livres, sem medo da criminalidade", afirmou o candidato, que é contra as privatizações e pretende ampliar o papel do Estado.
Rossetto foi ministro por 13 anos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. Ele também ocupou o cargo de vice-governador do Rio Grande do Sul na gestão Olívio Dutra (1999-2002). No evento, os petistas também criticaram o impeachment de Dilma Rousseff e pediram a libertação do ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba pela Operação Lava Jato.
Os mais de 800 presentes na convenção, entre eles os ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra, aprovaram a indicação do senador Paulo Paim (PT) e de Cleonice Back (PT) às vagas ao Senado. O PT não fechou coligação para as eleições 2018 no Rio Grande do Sul.