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Quando um debate político transforma a banalização da violência em entretenimento

Especialistas ouvidos por Perfil Brasil analisam as estratégias da campanha de Pablo Marçal e o que estes episódios de violência trazem como consequência à democracia

16 set 2024 - 16h31
(atualizado às 18h43)
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debate polícito e a banalização da violência
debate polícito e a banalização da violência
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

Quem acompanhou o debate na TV Cultura entre os candidatos que disputam a prefeitura de São Paulo viu um show de horrores. A banalização da violência, ao vivo, sem cortes, para a plateia aplaudir.  Quando observamos a ira do apresentador e candidato do PSDB José Luiz Datena e sua reação extrema, com uma cadeirada no  adversário, Pablo Marçal (PRTB) na noite deste domingo (15) algumas reflexões vêm à tona.

Principalmente, quando pensamos no precedente perigoso: quando uma agressão física ocorre em um espaço que deveria ser de diálogo resvala na consolidação das campanhas em que o ódio e a violência (verbal e física) predominam.

A espetacularização ganha força em detrimento de propostas e ideias para melhorar a cidade, no caso, São Paulo, a maior metrópole do país. Assim, ganha força o entretenimento vazio, o show de horrores. Por fim, todos perdem: principalmente, o cidadão, que não consegue sequer saber quem apresentou o melhor plano de governo.

Para o cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, "a agressão do José Luiz Datena em relação a Pablo Marçal é um sintoma de uma doença que tem acometido o debate público no Brasil, no geral, e a democracia brasileira em particular. É algo que acontece e é contrário a ideia de política", explica.

A banalização da violência: a quem interessa?

Em tempos de redes sociais, a impressão é que toda a agressividade vira um 'corte' para ganhar cliques e likes. É antiga a provocação de Marçal em debates. Primeiro, o alvo foi Guilherme Boulos (PSOL), inclusive, associando o adversário, sem ter provas, de fazer uso de drogas. Agora, mirou em Datena, que, reagiu. Para muitos, Datena 'lavou a alma' ao não aguentar tanta provocação. Para outros, o apresentador fez exatamente o 'circo' que Marçal gosta.

O escritor Alexandre Gossn, Mestre em Direito, acredita que o candidato do PRTB tem como base promoção de ódio para se sobressair: "Assim, Pablo Marçal conseguiu se tornar conhecido rapidamente, extrapolando os limites de quem conhecia o seu trabalho apenas como coach e posteriormente, segundo ele alega, um possível empresário de sucesso", afirma.

Já o cientista político Rodrigo Prando afirma que"a agressão de José Luiz Datena em relação a Pablo Marçal é um sintoma de uma doença que tem acometido o debate público no Brasil, no geral, e a democracia brasileira em particular. É algo que acontece e é contrário a ideia de política", diz Prando. "Quem perde é o cidadão", conclui.

Perfil Brasil
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