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Quem é Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF

Inspetor, que já ocupou outros cargos de comando na corporação, foi condecorado pelo Ministério da Justiça e é apoiador do candidato à reeleição Jair Bolsonaro

30 out 2022 - 16h17
(atualizado em 1/11/2022 às 14h37)
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Silvinei Vasques assumiu o posto de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal em abril de 2021, quando o presidente Jair Bolsonaro deu posse ao Anderson Torres no Ministério da Justiça. Agora, ele será investigado pelo Ministério Público Federal em razão da operação do órgão nas estradas no domingo, 30, durante o segundo turno das eleições.

Em sua conta pessoal no Instagram, Vasques possui fotos ao lado de Bolsonaro em eventos do governo com a presença da PRF. Nas legendas, há, normalmente, agradecimentos ao governo e ao presidente pelos investimentos na PRF.

Vasques usou a conta para defender o voto no presidente Jair Bolsonaro. Ele publicou nos stories uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: "Vote 22, Bolsonaro presidente". A postagem foi apagada horas depois. Não é a primeira manifestação política do diretor-geral da PRF nesta eleição. Vasques já havia criticado, em evento no último dia 11, "autoridades que defendem a liberação das drogas".

Vasques, que tem 47 anos e é paranaense, faz parte do quadro da PRF desde 1995. Nesse período, já foi coordenador-geral de operações e secretário municipal de segurança e defesa social do município de São José (SC), além de ocupar outras posições de gerência, inclusive como superintendente da PRF em Santa Catarina. Antes de se tornar diretor, seu último posto foi como Superintendente da PRF no Rio de Janeiro, entre 2019 e 2021.

Segundo a sua descrição no site do governo, o diretor é "habilitado para atuar em diversas áreas da segurança, com experiência em grandes operações policiais no Brasil". Ele ainda faz parte do quadro de instrutores da UNIPRF.

Em março deste ano, Vasques foi condecorado com a medalha de Ordem do Mérito do Ministério da Justiça, evento que contou com a presença do Presidente da República. Segundo o governo, o objetivo da condecoração é agraciar autoridades que prestam notáveis serviços ao Ministério.

Caso Genivaldo

Em maio deste ano, as Comissões de Direitos Humanos da PRF foram extintas, em portaria assinada por Vasques. As comissões tinham o objetivo de monitorar processos disciplinares contra agentes da corporação e realizar orientações sobre o tema.

A decisão foi tomada um pouco antes de Genivaldo de Jesus Santos ser morto por asfixia e insuficiência respiratória após ser colocado no porta-malas de uma viatura da PRF, onde uma bomba de gás lacrimogêneo foi detonada.

O diretor-geral da PRF também recebeu apelos da sociedade civil para que revertesse o sigilo de 100 anos aplicado sobre o histórico de processos administrativos dos cinco agentes envolvidos na morte de Genivaldo.

Na época, dois diretores da PRF, Jean Coelho e Allan da Mota Rebello, que chefiavam as diretorias executiva e de inteligência, foram dispensados e assumiram cargos de oficiais de ligação, além de serem enviados aos Estados Unidos para fazer um curso de mestrado no Colégio Interamericano de Defesa. Vasques, no entanto, permaneceu em seu cargo.

Investigação

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, será investigado pelo Ministério Público Federal em razão da operação do órgão nas estradas no domingo, 30, durante o segundo turno das eleições. Segundo subprocuradores-gerais da República, Vasques é suspeito de "má conduta" na gestão da PRF, e possível desvio de finalidade visando "interferir no processo eleitoral". A falta de ação do diretor-geral em relação aos bloqueios nas estradas após as eleições também será apurada.

No domingo do segundo turno das eleições, foram registrados relatos em diversos Estados, em especial no Nordeste, de mais de 500 operações da PRF relacionadas ao transporte público.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, então, determinou no próprio domingo que o diretor-geral da PRF, Silvanei Vasques, prestasse esclarecimentos presencialmente no tribunal e também proibiu operações da PRF "relacionadas ao transporte público, gratuito ou não, disponibilizado aos eleitores" e deixou expresso que o descumprimento da decisão poderia gerar a responsabilização do diretor-geral da corporação por desobediência e crime eleitoral.

Depois de ouvir as explicações de Vasques, o presidente do TSE afirmou que as operações de trânsito realizadas pela PRF não impediram eleitores de votar. Segundo Moraes, os ônibus abordados pela PRF não retornaram à origem e os eleitores que estavam sendo transportados votaram. De acordo com Vasques, as ações foram realizadas com base no código de trânsito e não miraram o transporte de eleitores.

Estadão
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