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Rede deverá liberar filiados para decidirem sobre apoio a Haddad ou voto nulo

No entanto, partido deve punir quem apoiar Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições 2018

10 out 2018 - 20h44
(atualizado em 11/10/2018 às 11h59)
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BRASÍLIA - A Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, deverá bater o martelo em reunião na noite desta quarta-feira, 10, para liberar seus filiados a apoiarem Fernando Haddad, do PT, no segundo turno das eleições 2018 ou para decidirem pelo voto nulo. O partido, no entanto, deverá anunciar que aqueles que optarem por apoiar Jair Bolsonaro, do PSL, serão punidos.

Fontes da legenda disseram ao Estadão/Broadcast que a decisão será formalizada ainda nesta noite. Os integrantes da Executiva Nacional do partido têm realizado diversas reuniões desde segunda-feira, 8, para tomar uma decisão. De acordo com pessoas próximas a Marina Silva, ela não se sente confortável em apoiar Haddad neste momento devido à forma como o PT a tratou nas eleições de 2014. A forte desconstrução da sua imagem naquela época ainda teve consequências no pleito deste ano, conforme avaliou a campanha.

A ex-senadora também considera que Haddad não é o candidato ideal neste momento porque representa um dos polos da polarização que o País vive.

Marina teve um péssimo desempenho na corrida presidencial deste ano. Ela acabou a disputa em 8º lugar, obtendo pouco mais de 1 milhão de votos, o que corresponde a 1%.

Ex-corregedora Eliana Calmon declara voto em Bolsonaro

A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon declarou que vai apoiar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno contra Fernando Haddad (PT). Eliana é filiada à Rede e votou no primeiro turno em Marina Silva.

Eliana conversou com Bolsonaro nesta quarta-feira por telefone. O contato foi intermediado por advogados junto ao presidente do PSL, Gustavo Bebianno. Ela fora sondada para compor a chapa de Bolsonaro como vice, mas recusou e achava o candidato "radical". No entanto, decidiu declarar voto por causa da polarização com o PT e apelos de amigos do meio jurídico. Segundo seu relato, Bolsonaro, que enfrenta resistência no eleitorado feminino, agradeceu: "Preciso muito da senhora."

A advogada, que foi corregedora nacional de Justiça, disse que não pretende participar ativamente da campanha porque tem um calendário de palestras e compromissos de seu escritório.

A campanha pretende estreitar laços com a ministra aposentada. Ela afirmou que seu papel, como cidadã, é declarar o voto em Bolsonaro e talvez gravar alguma mensagem em vídeo, mas negou ter interesse em cargos num eventual governo.

"Estou dando um apoio de cidadania. Não quero nada, não tenho nenhum objetivo de governo. Quero esclarecer que não estou procurando cargo algum, sou ministra aposentada, tenho escritório, estou aqui como cidadã", respondeu ela, segundo contou à reportagem.

Eliana disse que pediu compromisso em duas bandeiras dela: a defesa dos direitos da mulher, de forma macro, e o combate à corrupção com o fortalecimento dos órgãos que investigam e fiscalizam o Poder Judiciário. "A senhora tem a minha promessa, isso está dentro do meu plano de governo", respondeu o candidato, ainda de acordo com a ministra.

A advogada afirma que, para ela, os direitos mais importantes da mulher são a igualdade salarial e de condições com pleno emprego e o empoderamento feminino por meio de leis e da atividade política. Ela, porém, negou que o candidato tenha se comprometido com essas questões, que não constam no plano de governo registrado pelo PSL na Justiça Eleitoral. A única menção à palavra "mulher" no programa de Bolsonaro vem numa proposta de "combater o estupro". "Ele não falou isso", relatou.

A ex-ministra também disse que aguardava um sinal de Marina, de quem é amiga, sobre a posição da Rede no segundo turno, mas que a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora está "cautelosa" porque se arrependeu de declarar voto em Aécio Neves (PSDB) em 2014.

Estadão
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