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Campeão de votos no RJ, Bolsonaro quer a Presidência em 2018

6 out 2014 - 17h10
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O telefone do gabinete em Bento Ribeiro, subúrbio carioca, toca e o próprio deputado federal atende. Feita a devida apresentação, ele emenda: “Fala aí, cara, tudo bem? Pode falar, está uma loucura isso aqui hoje”, diz ele, sem bateria no celular de tantas chamadas que recebeu após ser o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro (464.572 votos).

<p>Jair Bolsonaro mira o eleitorado ultraconservador e anti-PT</p>
Jair Bolsonaro mira o eleitorado ultraconservador e anti-PT
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Eleito para o seu sétimo mandato na Câmara dos Deputados, em Brasília, Bolsonaro conversou com o Terra nesta segunda-feira, um dia após o pleito nacional. E nesta entrevista, o líder da “bancada da bala” no Congresso Nacional revela, diante de uma popularidade cada vez maior de uma direita conservadora, que pretende alçar voos maiores após completar 28 anos como deputado federal: vai aspirar em 2018 a Presidência da República.

“Eu pretendo disputar como presidente da República. Se o meu partido não sinalizar para isso, eu vejo para onde eu posso ir. A direita tem cara, tem voto, tem vergonha na cara”, disse o líder do PP no Rio, que ainda conseguiu eleger o filho, Eduardo, por São Paulo, para ser seu companheiro de Congresso. Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, seu outro filho, Flávio, se reelegeu deputado estadual – foi o terceiro mais votado.

“Eu fiz uma campanha com R$ 200 mil, com uma equipe de 20 pessoas, com amigos. Eu não tenho líder comunitário comigo. Não tenho um cargo indicado, sindicato, não tenho nada. Não tenho nicho nenhum. Essa é a minha origem”, afirmou. "Quem não gosta de mim, não gosta. Não posso agradar a todos e nem quero. Minhas bandeiras continuarão sendo as mesmas”.

As tais bandeiras são as que políticos da ala conservadora, que brigam, como costumam dizer, “pelo direito da família”, defendem, como ser contra o desarmamento, a união civil entre pessoas do mesmo sexo, legalização da maconha e manutenção da maioridade penal em 18 anos de idade.

“A política de cotas é uma mentira e estimula o racismo”, diz ainda. Não quero ser profeta, mas se der a Dilma (no segundo turno) vocês vão ver o que vai ser o Marco Civil da internet. Eles querem dominar a internet e vocês, jornalistas, vão ser essa válvula de escape. Os cubanos vão ficar com inveja”, ironizou sobre o controle do governo que ele apregoa acontecer.

Militar de carreira, Bolsonaro também defende o fim da Comissão Nacional da Verdade, que investiga casos de tortura e morte na ditadura – ele, como sempre diz, considera a Revolução de 64. "Nós, militares, costumamos dizer que eles (membros da comissão) não têm coerência. Ela (presidente Dilma) faz uma comissão onde ela escolhe a dedo as pessoas. É uma vergonha isso tudo. Uma vergonha 'dada as condições'", vocifera, antes de emendar mais uma frase venenosa: “eu considero a Comissão da Verdade como uma cafetina”.

Diante da indagação da reportagem sobre o porquê de tal “adjetivo”, ele explica: “é como se uma prostituta e cafetina decidisse que queria escrever um livro, escolhe sete prostitutas e no final ela escreve. É uma força de expressão, é uma comparação, mas não deixa de ser verdade”.

Em seu discurso fica claro ainda que ele espera atingir principalmente o eleitorado anti-petista. “A Petrobras tem que ser ‘despetizada’. Só tem petista da ociosidade e do sindicalismo. Vão querer inviabilizar o governo destruindo o trabalho do processo. É por isso que o PT desarmou o povo. Eu defendo o amplo direito a defesa, como do Estado totalitário. O PT tem medo de uma revolução popular”, finalizou. 

Fonte: Terra
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