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Conheça 5 desafios do novo governador do Rio de Janeiro

Professor responsável pela pós-graduação da Universidade Estácio de Sá aponta os principais focos a serem considerados na nova gestão à frente do Estado

26 out 2014 - 19h01
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Quais são os desafios do governador eleito do Rio para os próximos quatro anos? Com a economia em recessão, a parceria com o Governo Federal vai continuar sendo fundamental para que o Estado continue se recuperando do atraso de anos de desavenças entre os Palácios da Guanabara e do Planalto. Pela frente, o desafio de seguir lutando pela melhor distribuição possível dos royalties do petróleo, e na ajuda ao município para os Jogos Olímpicos de 2016, que vai colocar a capital no cenário mundial.

Obras no elevado, Rio de Janeiro
Obras no elevado, Rio de Janeiro
Foto: Futura

O Terra ouviu o responsável pela Pós-Graduação da Universidade Estácio de Sá, Carlos dos Santos Lacerda, no Rio de Janeiro, para saber quais são os principais desafios do governador em cinco áreas fundamentais para o Estado. O professor  pede um novo foco na área de segurança, no fomento de atividades de empreendedorismo, além da manutenção de avanços no campo da educação. Mas Lacerda destaca que a saúde é o principal problema a ser enfrentado pelo próximo governador. De acordo com o IBGE, o Rio é o segundo Estado que menos investe em saúde no Brasil, apenas 7% do seu orçamento.

Segurança Pública

“Hoje, o principal desafio da segurança publica no Brasil é a permeabilidade de nossas fronteiras nacionais, que não está no escopo de trabalho dos governadores. Assim, visando diminuir a criminalidade, que é resultado também da facilidade do fluxo de armas e drogas ilegais nas grandes cidades, o futuro governador deverá intensificar de um lado as barreiras nas estradas que dão acesso ao Rio de Janeiro. Com isso, buscar dificultar o abastecimento de drogas e armas ao crime organizado fluminense. Em outra frente, a politica de pacificação – único exemplo de politica exitosa para a segurança pública nas últimas décadas – deve avançar em termos de presença do Estado nas comunidades e serviços públicos. Caso contrário, corremos o risco de apenas transferir os agentes de violência sem criar oportunidades para que a ela não venha a renascer nas comunidades”.  

Economia

“De modo geral, as finanças do Estado avançaram positivamente nos últimos anos, mas é preciso reverter os resultados positivos para a melhoria da qualidade e ampliação dos serviços públicos. Hoje a carga tributaria é um peso que ameaça a indústria, o comércio e o empresariado em geral, minando o empreendedorismo que deveria ser o grande foco do Rio”.

Educação

“O foco é claro: ampliar a presença da formação escolar em todos os estágios da vida do cidadão fluminense. Não apenas na educação. Apenas a sólida qualificação profissional poderá resgatar o aspecto de inovação que já foi sobrenome do Estado do Rio. Nosso Estado pode ser sinônimo de inovação e economia criativa, mas apenas “alimentando” a população através da educação. E ainda temos muito a caminhar. A educação básica avançou, mas há lacunas desde a distribuição de escola no Estado até a regionalização do ensino técnico”.

Saúde

“É o grande desafio. Mantemos-nos com um dos piores indicadores nacionais quando o assunto é saúde publica. Não há sinais de avanço e tampouco percepção de melhora por parte da população. O governo precisa trazer para os hospitais públicos um sistema de gestão profissional – tal como é usado na iniciativa privada – para que o paciente se torne de fato o foco, a razão de ser do hospital, o grande cliente para quem o hospital deve trabalhar. Infelizmente, ainda estamos muitos passos atrás, e os hospitais estão tentando sobreviver em um ambiente de adversidade, baixos investimentos, falta de material, entre outros”. 

Transporte

“Ao inaugurar um avançado sistema de transporte rodoviário no município, o BRT, nos igualamos às principais cidades do mundo. Mas com um século de atraso. Cada vez mais o mundo anda sobre trilhos, garantindo maior eficiência, menor poluição e maior mobilidade na locomoção de pessoas. No Rio, o governo tem privilegiado um meio de transporte: o ônibus, que vêm sendo abandonado pelas cidades mais avançadas. Não há qualquer perspectiva de incentivo ao esvaziamento das ruas. O governo precisa entender que esvaziar as ruas não é aumentar os custos do transporte particular, mas criar condições para que o cidadão escolha voluntariamente o transporte público, e isso não é feito ainda. O grande desafio, portanto, é ampliar a rede de transportes sobre trilhos privilegiando este sistema, jamais o transporte rodoviário”.

Fonte: Terra
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