Ex-presidiário, William da Rocinha tem candidatura aprovada
Registro do líder comunitário havia sido cassado pelo TRE por falta de quitação eleitoral
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro aprovou o registro de candidatura do líder comunitário William de Oliveira, conhecido como William da Rocinha, candidato a deputado estadual pelo PRB. A decisão foi em resposta a um recurso movido pelo candidato, cujo registro havia sido cassado por falta de quitação eleitoral. William não estava em dia com a Justiça Eleitoral porque não tinha justificado a ausência nas eleições de 2012. Ele justificou que, na época, ele estava preso cumprindo pena por tráfico de armas.
No último dia do prazo para recorrer, o concorrente conseguiu vários documentos provando que naquele ano estava detido. Desta forma, não teria como justificar ausência. O TRE reconheceu o argumento e liberou a candidatura de William, nesta quarta-feira.
A próxima briga do candidato será com o PRB de Marcelo Crivella, candidato ao governo do Estado. William da Rocinha acusa o partido de tê-lo abandonado sob alegação de que sua candidatura prejudicaria o concorrente majoritário. “Eu espero que o partido agora abrace a minha candidatura. Estou muito feliz. Desde o dia 25 de julho começou essa batalha (na Justiça Eleitoral). Foi um desgaste físico e mental”, afirmou.
A história de William da Rocinha é emblemática. Ele foi parar na cadeia, em dezembro de 2011, pois havia sido flagrado em um vídeo supostamente vendendo um fuzil para o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem – à época, chefe do tráfico na comunidade. No entanto, o caso sofreu uma reviravolta quando uma testemunha depôs dizendo que tudo não passava de armação e que o vídeo fora editado para prejudicar William. Em maio de 2013, o líder comunitário foi solto, depois de cumprir um ano e meio de pena. “Eu fui injustiçado. Sofri muita discriminação, mas agora estou muito feliz”, disse.
O candidato espera contar, principalmente, com os votos de moradores da Rocinha, área que vem sendo alvo de conflitos permanentes, apesar de ser atendida por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Ele disse concordar com a decisão do TRE, tomada nesta quarta-feira, de pedir reforço da Força Nacional de Segurança para garantir a segurança na campanha. “A Justiça, ao tomar essa atitude, nos beneficia. Se a segurança pública está ali fazendo sua parte, todos ganham. Precisamos circular, ir de casa em casa”.