Pezão deve ter um secretariado mais técnico que político
Luiz Fernando Pezão afirmou que para o governante o melhor momento é entre a reeleição e a posse para o próximo mandato. E é nesse período entre o fim de outubro e o dia 1º de janeiro que o governador do Rio vai poder escolher com calma seu secretariado. “Que certamente terá um cara mais técnica do que política”, afirmou ao Terra o deputado estadual reeleito Gustavo Tutuca, do PMDB, ex-secretário de ciência e tecnologia do governo Cabral.
Tutuca aliás é um dos casos de secretário político e não técnico e que pode repetir pasta, desde que não prejudique a base de apoio de Pezão na Assembleia Legislativa. Outro que vai repetir é José Mariano Beltrame, de Segurança. “Beltrame é meu amigo pessoal e está nas mãos dele decidir se quer continuar ou não”, disse Pezão em entrevista à TV Globo nesta segunda-feira, afirmando que apenas na segunda quinzena de janeiro é que vai decidir sua equipe de trabalho.
Além de Beltrame outros nomes são certos no governo: Hudson Braga na secretaria de Obras, Wagner Victer na Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE). Nomes mais ligados a Cabral como Júlio Bueno (Desenvolvimento) e o deputado federal Júlio Lopes (Transportes) podem perder espaço, porque Pezão precisa agradar aos 21 partidos da base aliada. “Sei que não tem secretaria para todo mundo. Quero os melhores. Não descarto nem mesmo nomes ligados aos partidos de oposição”, disse Pezão, com discurso conciliador.
Mas Pezão adiantou que deve criar uma pasta especial para gerenciar a Região Metropolitana. Ele ainda não sabe se vai ser uma secretaria ou agência. “Mas tem que ser alguém que seja bem articulado com as outras secretarias e prefeitos da região”, disse, prometendo começar ainda este ano obras de saneamento na região para levar água à região que sofre por falta de infraestrutura. “Não quero que seja cabide de emprego, mas que funcione”, afirma.
Para o deputado Gustavo Tutuca, Pezão em nenhum momento da campanha, fez qualquer tipo de negociação que pudesse comprometer seu programa de governo. “Ele representa o que foi o maior governo da história do Rio de Janeiro, o governo Cabral, e mostrou ser um administrador muito competente”, elogiou. “Ele vai investir muito na gestão e é sempre necessário renovar.”
ALERJ
Além de montar sua nova equipe de governo, Pezão vai ter que agir como líder para domar as aspirações dos políticos do PMDB para comandar a Assembleia Legislativa a partir de fevereiro. Paulo Mello, atual presidente e Jorge Picciani, ex-presidente e presidente do partido, prometem uma luta intensa nos bastidores. Para Carlos Roberto Osório, que é da executiva estadual do partido e favorito a líder do governo na Alerj, ainda é muito cedo para qualquer definição. “Temos muito tempo até fevereiro”, disse. “Tenho certeza que Pezão vai saber unir o PMDB”, aposta Tutuca.
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