RJ: Crivella vê vitória complicada, mas ainda espera virada
O candidato ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), votou na manhã deste domingo na seção eleitoral do Clube Maringás, em Copacabana, na zona sul da capital. Em desvantagem em relação ao adversário, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), cerca de dez pontos, segundo as pesquisas, o concorrente admitiu que alcançar a vitória será "complicado", mas que ainda espera "virar". Depois, declarou que suas pesquisas e as do próprio PMDB contradizem os números dos principais institutos, como Ibope e Datafolha.
Crivella negou ter conhecimento da movimentação feita em duas sedes da Igreja Universal, na Baixada Fluminense, lacradas após serem flagradas no sábado com milhares de panfletos de sua campanha, o que é proibido por lei. "Claro que eu não sabia. Sempre em todas as campanhas peço a igreja que não faça política. Eu não faço. O Pezão é que foi em todas as igrejas e colocou pastor na propaganda dele. Coisa que eu não fiz", argumentou. A campanha do PMDB usou no programa eleitoral de Pezão depoimento do pastor Silas Malafaia, ligado à Assembleia de Deus.
Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada pelo tio Edir Macedo, Crivella disse ser contra a “guerra de religiões” estabelecida nestas eleições. “Esta guerra de religiões não dá certo. Tem muito evangélico que vota no Pezão e tem muito católico que vota em mim. Isso é da democracia.”
As declarações foram dadas do lado de fora do prédio do clube Marimbás, pois a Justiça Eleitoral do Estado proibiu o acesso dos jornalistas às seções eleitorais. O argumento foi garantir a inviolabilidade do voto. Chegou-se a cogitar que a decisão tinha sido motivada por um pedido de Crivella, o que foi desmentido. O concorrente criticou a decisão da Justiça. “O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) às vezes exagera, se envolve muito no processo eleitoral.”
Corrupção e dogma religioso
Ao ser questionado sobre as prioridades caso eleito, falou sobre corrupção, afirmando que o Rio precisa “mudar sua política”. “Não é possível mais ter tantos escândalos. Hoje na classe política do Rio de Janeiro tem um dogma religioso que acha que poder gera riqueza e riqueza gera poder”. Ele citou o caso do ex-secretário do governo do prefeito Eduardo Paes (PMDB), Rodrigo Bethlem, acusado de receber propina da ONG Tesloo, que mantinha convênios com o município.
“Um menino que tinha vocação, que tinha natureza (política) e terminou melancolicamente fora do processo eleitoral”, citou Crivella, em alusão ao fato de Bethlem ter desistido de concorrer a deputado federal este ano.
O candidato do PRB, que votou acompanhado da mulher, de dois filhos e da nora, passa o domingo em visita a seções de cidades da Baixada Fluminense e a alguns bairros da capital, segundo ele, para agradecer o apoio da militância.
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