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RJ: falhas em pesquisas viram combustível para Crivella

Mesmo sabendo da desvantagem numérica em relação a Pezão, senador encerra campanha fazendo figa e torcendo para raio cair novamente no mesmo lugar

24 out 2014 - 20h54
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Candidato Marcelo Crivella durante debate da TV Globo no Rio de Janeiro, no dia 23 de outubro
Candidato Marcelo Crivella durante debate da TV Globo no Rio de Janeiro, no dia 23 de outubro
Foto: Alê Silva / Futura Press

Alçado ao segundo turno da disputa ao governo do Rio praticamente no susto, o candidato Marcelo Crivella (PRB) termina sua campanha, neste sábado, fazendo figa e rezando forte. Ele torce – ao menos no discurso oficial - para que os institutos de pesquisa falhem novamente e o surpreendam no domingo. Para isso, teriam que estar errados tanto o Ibope quanto o Datafolha divulgados nesta quinta-feira, que têm dados idênticos: o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) aparece com 55% e Crivella com 45% dos votos válidos.

No entanto, Crivella se atém no que aconteceu há poucos dias, no encerramento do primeiro turno, quando ele foi dado como carta praticamente fora do baralho nos levantamentos de intenção de votos. Com o erro e a mudança no cenário, o candidato vencedor passou todo o segundo turno desdenhando dos grandes institutos de pesquisa.

Após o debate da TV Globo, já na madrugada desta sexta-feira, ele apostava: “a melhor pesquisa é a conduta do Pezão, o genérico do (Sérgio) Cabral (ex-governador). Eles estão com medo de perder. E vão perder.”

Os descompassos dos números dos institutos no primeiro turno, como em todo o  Brasil, não foram pequenos no Rio. Desde que Luiz Fernando Pezão (PMDB) se sedimentou em primeiro lugar, pouca gente apostava no contrário: a tendência era o governador peemedebista ir para o segundo turno com o deputado federal Anthony Garotinho, do PR.

Às vésperas da disputa, levantamento do instituto Datafolha apontava o empate técnico entre os dois, mas com Garotinho à frente, com 25%, e Crivella em terceiro, com 22%. Na pesquisa anterior, do dia 2 de outubro, do mesmo Datafolha, a diferença era de quatro pontos, sendo 21% para Garotinho e 17% para Crivella.

Mas o desconserto maior entre o resultado que saiu das urnas e o das pesquisas veio no dia da eleição. A pesquisa boca de urna do Ibope cravava, às 17h do domingo: Pezão vai para o segundo turno com Garotinho, que aparecia com nada menos que dez pontos de vantagem sobre Crivella – 28% a 18%. O susto com o resultado final foi geral: a diferença entre os dois foi de apenas 42.654 votos, com Crivella ficando meio ponto à frente do adversário do PR – 20,26% a 19,73%.

No comitê de campanha de Marcelo Crivella, apesar do entendimento que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes, o discurso é de que a história poderá se repetir. O concorrente ao Palácio Guanabara chegou a dizer que estava “felicíssimo” de aparecer em segundo lugar em todas as pesquisas de segundo turno. Nos bastidores, avalia-se o otimismo da equipe de campanha como uma forma, ao menos, de manter vivos e fazendo barulho nas ruas os simpatizantes e militantes da candidautra Crivella.

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Fonte: Especial para Terra
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