Segundo nas pesquisas, Pezão vira principal alvo em debate
Debate organizado pela Rede TV reuniu cinco candidatos ao governo do Rio de Janeiro
Segundo colocado na pesquisa Ibope divulgada pouco antes do debate da Rede TV, na noite de terça-feira, o candidato do PMDB e atual governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi o principal alvo dos outros quatro candidatos participantes.
Lindberg Farias (PT) começou desafiando Pezão a falar do seu passado de aliado de Garotinho e Rosinha no governo antes de se juntar ao governo Sérgio Cabral.
Em seguida, Pezão foi atacado por Marcelo Crivella (PRB), que disse que não atacaria ninguém, mas levantou a bola para Lindberg falar sobre um programa de rádio do governador que estaria zombando dos nordestinos. Pezão não pode responder porque não estava citado e nem aproveitou outra oportunidade para se defender.
O candidato do PMDB ainda teve que ouvir de Garotinho (PR) que seu governo era dos empresários de ônibus. Pezão parecia atordoado e nos intervalos era o único que se sentava e cruzava os braços. Tarcísio Motta (Psol) também criticou a política educacional de Pezão, mas bateu pesado em Garotinho a quem chamou de “mentiroso profissional”. Garotinho contra-atacou dizendo que no Psol não tem santo.
Na hora do embate candidato a candidato Pezão não levou sorte no primeiro bloco: restou perguntar-lhe a Tarcisio Motta. Quando teve a chance de perguntar a Crivella, seu principal adversário, preferiu atacar Lindberg. Garotinho, Tarcisio Motta e Lindberg atacaram Pezão sobre os gastos da reforma do Maracanã para a Copa do Mundo e a entrega à iniciativa privada do Complexo. Garotinho, que voltou a dizer que vai cancelar a concessão do Maracanã, foi confrontado por um jornalista por sua política de nomeação política de delegados de polícia. O candidato deu a volta ao mundo e não respondeu.
Lindberg foi contestado sobre o apoio de Dilma a Pezão, Garotinho e Crivella, e disse que não tinha ciúmes e voltou a atacar o governador. “O problema é que o PMDB traiu a presidente Dilma apoiando Aécio”, disse. Crivella, contestado por ser pastor licenciado da Igreja Universal, disse respeitar todas as religiões, inclusive as africanas e quem não é heterossexual como ele. Mas na segunda pergunta sobre o tema, no quarto bloco, se irritou. “Discriminação é de vocês que só fazem esse tipo de pergunta para mim”, disse, sendo defendido por Lindberg. Tarcisio foi colocado contra a parede sobre o apoio do Psol às manifestações e disse que seu governo vai tratar o tema com política e não com polícia.
A milícia também teve destaque no debate. Tarcisio Motta citou que as milícias começaram no governo Garotinho, avançaram no governo Rosinha e cresceram como nunca no gestão de Pezão. “Vocês não fazem UPP [Unidade de Polícia Pacificadora] na região de milícias porque eles elegem candidatos da base de vocês”, disse Motta. Garotinho disse que foi acusado de ser apoiado pela milícia e disse que crime se combate com polícia na rua e voltou a negar que vai acabar com as UPPs. Pezão ainda tentou atacar ligando milicianos a Garotinho, que rebateu perguntando: “O que faz mais mal: um miliciano que dirige van ou um deputado do PMDB que tem conta na Suíça e que era secretário do prefeito do Rio; ou de quem gasta dinheiro dançando na boquinha da garrafa em Paris?”
Mais ágil que o primeiro debate da rede Bandeirantes, o segundo encontro dos candidatos foi morno e mais baseado em ataques pessoais do que em discutir propostas para o Estado, num festival de frases de efeito para tentar conquistar o eleitor indeciso, que são 8% de acordo com a última pesquisa.