Seu Darcy, o homem que inventou o apelido político de Pezão
Pai do atual governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição relembrou histórias de quando o filho se candidatou a vereador de Piraí, nos anos 1980, e passou de casa em casa pedindo voto com um pedaço de madeira em formato de pé e com o apelido de Pezão
Ano de 1982, Piraí, município do sul do Estado do Rio de Janeiro. Seu Darcy Souza, ao ver que o filho tinha habilidade política e conseguia ser interlocutor para diversos problemas da região, resolve apoiá-lo na campanha para vereador. De casa em casa, ele passou pedindo voto. Até que percebeu que “tinha só uns 700 votos, ia anotando o nome das pessoas que se comprometiam. Era pouco”. Só com uma dose de ousadia, e marketing, então, é que ele conseguiria ajudar o filho Luiz Fernando em sua primeira eleição.
“Fiz um pedaço grande de madeira em formato de pé, coloquei o nome dele, e levei lá para o ginásio esportivo. A garotada viu, e o nome pegou”, relembrou Seu Darcy, hoje com 87 anos, pai do atual governador do Rio de Janeiro. “Foi aí que o apelido pegou mesmo”, explicou ainda, dizendo que a alcunha se tornou também política para o jovem que sempre teve os pés maiores que a média.
Luiz Fernando Pezão se elegeu vereador. Cumpriu mandato até 1988. Em 1993, se elegeu novamente. Mais tarde, em 1996, o primeiro salto: prefeito de Piraí, se reelegendo para mais quatro anos de mandato em 2000. Depois, em 2006 assumiu o cargo de vice-governador de Sérgio Cabral e a partir daí a história é conhecida por todos.
“O mais engraçado disso tudo é que hoje eu e minha mulher perdemos o nome”, diz sobre Dona Ecy, mãe do governador fluminense, que assim como ele, ambos agora são conhecidos apenas como “pais do Pezão”. “Ninguém lembra mais do nome do velho”, dá risada. Esbanjando simpatia na Escola Municipal de Lajes, distrito de Piraí, local de votação dele, de Pezão e toda a família, Seu Darcy confessa que “jamais imaginei que ele fosse chegar tão longe. Foi além do que eu esperava”.
Na “resenha” com a reportagem do Terra, o senhor de 87 anos, que reclama que “eu ando muito esquecido”, traz, porém, detalhes da vida de quando “a vida nossa foi toda criada ali do outro lado daquela ponte”, apontando para uma casa amarela, “que agora está um pouco diferente”. “Eu fiz o que pude, dei a faculdade de economia para ele. E ele seguiu o caminho que quis”, explicou.
Na primeira campanha majoritária do filho para governador do Rio, Seu Darcy chega a encher os olhos de lágrimas. E revela a ansiedade da família com o desfecho possivelmente favorável de quem liderou todas as pesquisas de opinião neste segundo turno. “Estamos todos otimistas, mas tem que ficar quietinho”.
Se o pai deu algum conselho para o filho nessa hora? “Para ele continuar com a sua marcha”, diz, cumprimentando todos os que passam na zona eleitoral para votar. “Aqui é assim, todo mundo conhece todo mundo”. Sobre o futuro depois de possíveis quatro anos administrando, agora eleito, o Palácio Guanabara, o pai de Pezão diz que “tenho um pressentimento que ele vai além. Quem sabe vice na chapa para presidente”.
Aliás, falando em presidente, por fim, seu Darcy revela o voto em Dilma Rousseff, a exemplo do que fez o filho - mesmo mergulhado num lado dissidente do PMDB que apóia o tucano Aécio Neves, caso do seu vice na chapa, Francisco Dornelles. “Em casa todo mundo vota nela. Ela ajudou muito o Luiz Fernando. No aniversário dele, ela ligou, mostra que eles são amigos, se não, teria mandado um telegrama, né”, finalizou, mais uma vez, com o sorriso no rosto.
O acervo fica na zona norte do Rio de Janeiro, mais especificamente no bairro de Piedade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O dono é Fernando França, um ex-professor de Biologia que há cerca de duas décadas trocou as salas de aula pela vida de colecionador
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Entre álbuns de figurinhas, revistas, e todo o tipo de antiquário, França é dono de uma coleção que explica de forma cronológica como os políticos pediram votos no País ao longo dos últimos três séculos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Aqui você vai encontrar a história da propaganda eleitoral brasileira", diz, ao receber a reportagem do Terra em sua casa
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Um dos cômodos da casa está totalmente decorado, com exclusividade, com camisetas, chaveiros, lápis, banners, enfim, tudo o que o político brasileiro já fez em termos de marketing para ganhar votos e vencer eleições
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Esse material todo fica em caixas, mas tirei tudo e coloquei para vocês terem uma ideia de quanta coisa já foi produzida", conta ele
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Fernando possui títulos eleitorais e imagens de políticos de épocas passadas, como Getúlio Vargas, que costumava, por exemplo, carimbar notas de baixo valor e entregar para os eleitores
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Atualmente, seguindo determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nenhum político é mais autorizado a dar brindes aos possíveis eleitores como forma de conquistar o voto
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Antigamente, as campanhas eram feitas ao redor das paróquias", recorda
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Santinho, popularmente, tornou-se todo e qualquer panfleto de candidato, geralmente com sua imagem e propostas de governo
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França