Viúva assume candidatura de prefeito morto no RN: 'Enfrentaremos o medo'
Maria de Fátima assumiu o nome Fatinha do Marcelo e afirmou planejar continuar os trabalhos do falecido marido
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No município de João Dias, no Rio Grande do Norte, a tragédia da morte do prefeito Marcelo Oliveira, assassinado junto com seu pai no dia 27 de agosto, levou à ascensão de sua viúva, Maria de Fátima Mesquita da Silva, a ser a nova candidata do União Brasil à prefeitura. Conhecida como Fatinha de Marcelo, a mulher de 34 anos teve sua candidatura registrada na Justiça Eleitoral.
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No dia 6 de setembro, Fatinha assumiu o perfil do marido nas redes sociais, mudando a foto e publicando um comunicado. "Eu, Fatinha de Marcelo, esposa daquele que dedicou a sua vida para o bem-estar do nosso povo, me coloco à frente dessa luta, me comprometo a continuar o trabalho de meu marido. Junto com o povo de João Dias, enfrentaremos o medo e a criminalidade com união, força e fé. Não nos curvaremos ao terror, e juntos, transformaremos a dor em coragem e seguiremos em frente."
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O assassinato de Marcelo Oliveira, que buscava a reeleição, chocou a pequena cidade de João Dias, que tem pouco mais de 2 mil habitantes, segundo dados do IBGE. "Tragicamente, o terror voltou a nossa cidade, e tomou conta de nossos corações e de nossas ruas, interrompendo vidas e trazendo tristeza à nossa querida João Dias."
A candidata tem como foco retornar aos dias de paz, como disse em vídeo: "Quero passar tranquilidade para o povo de João Dias e dizer que estou aqui, firme e forte."
O irmão de Marcelo, Jessé Oliveira, de 27 anos, também do União Brasil, assumiu a gestão do município após o falecimento do prefeito. Ele foi nomeado em uma sessão realizada virtualmente, no último dia 29, devido a questões de segurança. Jessé, que era o presidente da Câmara Municipal, agora deve exercer a função até o fim do ano e continua como candidato à reeleição como vereador. A vice-prefeita eleita em 2020, Damária Jácome, foi afastada pela Justiça em 2022 após denúncias de ameaças feitas pelo prefeito assassinado.
A segurança pública do Rio Grande do Norte se mobilizou após o crime, resultando na prisão de 14 pessoas, incluindo quatro suspeitos diretamente envolvidos no assassinato de Marcelo e seu pai, e outros 10 acusados de planejar uma vingança. As autoridades não descartam a possibilidade de motivação política.
A reportagem do Terra buscou o partido para comentar sobre a candidatura, mas não obteve resposta.
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