RS: em menos de 20 dias PT e PMDB brigam na Justiça 73 vezes
Por conta das reviravoltas, oscilações e surpresas, a campanha eleitoral no Rio Grande do Sul ganhou contornos mais emocionantes, fazendo jus ao termo "corrida eleitoral". Com os ânimos à flor da pele, começaram os ataques de ambos os lados, tentando expor algum ponto fraco ou inconsistência no discursos adversário. E como era de se esperar, isso sempre, ou quase sempre, acabava na Justiça. Só no segundo turno, a contar a partir do dia 7, as duas principais legendas que disputam o governo gaúcho entraram com 73 representanções por irregularidades de propaganda, injúrias e todo o tipo de coisa que pudesse ser identificada pelos advogados das coligações como motivo de processo.
As multas, com valores que variavam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, somadas chegaram a R$ 57 mil, um valor irrisório se comparado com os R$ 15 milhões que cada um dos dois candidatos que disputam o segundo turno apresentaram como limite de gastos para a campanha de 2014.
Nos dados atualizados até a noite de sexta-feira, quando terminou o horário eleitoral gratuito na rádio e TV, o Partido dos Trabalhadores tinha sido o que mais recorreu à Justiça contra adversários, 40 vezes, sendo que em 16 dos casos teve os pedidos ao menos parcialmente aceitos. Esse mesmo comportamento foi observado na campanha de primeiro turno de Dilma Rousseff à Presidência da República.
Um dos últimos se referia a ataques pessoais da campanha adversária, que se referiu a Tarso Genro como "fanático", o que rendeu a perda de mais de dois minutos de programa do PMDB. As multas aplicadas para o adversário do PT no caso de descumprimento das decisões somaram R$ 24 mil.
O PMDB de José Ivo Sartori ficou atrás na briga judicial, mas não muito. Foram 33 representações na Justiça, nas quais o peemedebista conseguiu 11 vitórias. Mas a soma das multas aplicadas foi maior, R$ 33 mil.
Um dos casos mais polêmicos foi o fato do PT ter usado uma entrevista de Sartori ao Terra, no dia 20 de outubro, quando o candidato fez uma piada ao falar sobre o pagamento do piso salarial dos professores, quando disse que "piso bom é na Tumelero", uma loja de material de construção. No entanto, a Justiça não entendeu que o adversário tivesse manipulado as imagens e negou o recurso.
O motivo das ações se repetia em diversos casos, tanto que os magistrados chegavam a julgar diferentes ações sobre exatamente o mesmo assunto em bloco. Entre as 76 ações, cinco foram por direito de resposta, 25 por propaganda ofensiva e 35 por propaganda irregular.