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RJ: de Pijama a Dibruço, candidatos escolhem nomes incomuns

Os candidatos têm relativa liberdade para escolher como seus nomes vão aparecer nas urnas eletrônicas

31 jul 2014 - 08h29
(atualizado às 08h31)
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O candidato Danilo Gonzaga de Castro, do PTN, é "O Nojento"
O candidato Danilo Gonzaga de Castro, do PTN, é "O Nojento"
Foto: Site / TSE / Reprodução

“Pijama”, “O Nojento” e “Chupa Cabra” não são nomes que remetem exatamente à seriedade que se espera de um parlamentar, mas podem estar entre os escolhidos pelos eleitores do Rio de Janeiro nas próximas eleições, na hora de votar para deputado estadual. Como os candidatos têm relativa liberdade para escolher como seus nomes vão aparecer nas urnas eletrônicas, vários optam por nomes pouco “ortodoxos” e, por que não dizer, até cômicos.

Na lista de 1.972 políticos que haviam solicitado registro para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio até o dia 22 de julho, há candidatos que se destacam por se sobressair pelo nome que optaram, como costuma acontecer na disputa ao cargo de vereador nos pleitos municipais. O professor de Ensino Médio Alceu Totti Silveira, que disputa uma vaga pelo Partido Pátria Livre, decidiu fazer uma brincadeirinha para apresentar seu nome na urna, pedindo para ser registrado como “Alceu Dispor”, que, ao ser lido, soa como “ao seu dispor”, em cacofonia.

Em um Estado em que as mulheres “avantajadas” costumam receber apelidos como “Mulher Melancia” e “Mulher Melão”, os eleitores podem votar na “Mulher Bambu”, nome escolhido pela modelo e atriz Claudionice Lomeu, do PMDB. Questionada sobre a razão do nome, ela prefere que seu produtor, Pretto de Linha, responda. Ele explica que há sete anos ela “incorpora” o “personagem Mulher Bambu” e faz shows de funk em escolas para ensinar as crianças a como cuidar da natureza. “Ela sofria bullying por ser magrela e tem 1,88m de altura. E eu pensei: se tem tanta mulher fruta, por que não criar algo para o bem da humanidade? A proposta dela é cuidar da terceira idade, da ecologia e dos animais”, explica o produtor da candidata.

À primeira vista, o nome “Dibruço” parece engraçado, mas é com ele que o assessor parlamentar Siderlei de Araújo Arcanjo (PTdoB-RJ) concorre ao cargo de deputado estadual no Rio. Em 2012, ele disputou o posto de vereador de Volta Redonda (RJ) com o slogan “Mude de posição. Vote Dibruço”, fazendo graça com o nome escolhido. Siderlei diz que “Dibruço” é apelido herdado do pai, que colocava as peças na empresa siderúrgica onde trabalhava “de bruços”, ou seja, dispostas em posição diferente. “Meu nome pode ter interpretação dúbia, mas sou sujeito sério. Quero acabar com a corrupção, principalmente a policial”, diz Siderlei.

Na lista de candidatos a deputados com nomes estranhos tem quem anuncie, nas urnas, que está chegando, como André Baptista Lopes, do Democratas, que quer ser identificado como “Dé vem aí!”. Tem quem faça questão de lembrar ao eleitor de que ramo profissional é, como o músico Adriano Melo de Lima, do Partido Trabalhista Cristão, que quer receber votos sob a alcunha “Adriano Gospel Funk”. E há também aqueles que remetem o eleitor a artistas famosos, como o policial militar Fernando da Silva Figueiredo, do Partido Trabalhista Nacional, que pediu para aparecer nas urnas como “Tim Maia”.

Vários candidatos nem sequer pedem para colocar o primeiro nome na urna. Almyr de Souza Rodrigues, do PSDB, quer ser votado apenas como “Ás Guerreiro”. Raimundo Martins da Costa, do Partido Social Cristão, 50 anos, quer virar “Cara Pintada”. E Roberto Tobias Araújo, do Partido Verde, pediu ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) para ser votado como “Gato do Trem”.

Há também quem use o nome da urna para fazer um apelo. É o caso da dona de casa Luciene Pimenta Torres, do PSB,  que quer ser votada com o nome “Filho Volta para Casa”. Mãe de uma menina de 13 anos que desapareceu depois de sair para comprar pão há cinco anos, Luciene espera que o nome escolhido chame a atenção da mídia para o seu drama. “O resultado da urna é uma consequência. Alguém vai prestar atenção no meu apelo na mídia. Se eu chegar no horário eleitoral gratuito na TV e as pessoas prestarem atenção em mim, já estarei chegando em algum lugar”, diz Luciene, reclamando que os governos dão pouca atenção ao problema das crianças desaparecidas no País.

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Fonte: Terra
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