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Russomanno volta a dizer que moradores de rua são "imunes"

Em junho, 28 pessoas em situação de rua haviam morrido e cerca de 500 tinham contraído a doença

14 out 2020 - 17h04
(atualizado às 17h07)
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O deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), candidato à Prefeitura de São Paulo, reafirmou nesta quarta-feira (14) a hipótese que levantou segundo a qual a falta de banho teria deixado moradores de rua e pessoas da região da cracolândia imunes à covid-19.

Celso Russomanno
Celso Russomanno
Foto: Renato S. Cerqueira / Futura Press

"Eu estava fazendo uma consideração de que a ciência tem que explicar por que que eles (os moradores de rua) são imunes. Talvez porque tenham mais resistência, só por isso, era isso que eu queria falar. Eles têm mais resistência que a gente. O que eu disse, e volto a repetir, é que se alardeava - e eu começo falando isso - que os moradores e rua e que a cracolândia seriam desimados, seriam exterminados pela covid-19. E não foi o que aconteceu. E (falei) que a ciência tem que explicar muito para a gente em relação à covid, era isso que eu estava considerando", afirmou, na saída de um almoço com empresários de moda de atacado e de varejo do Brás.

Perguntado então, se ele mantinha a afirmação de terça-feira, Russomanno retrucou: "Vou te perguntar isso, é uma mentira ou uma verdade? Nós vamos combinar nós três hoje, às 18h, vamos lá no Pátio do Colégio e vamos perguntar se é uma verdade ou uma mentira. Topa? Topa? Quero saber se os aparelhos públicos dão banheiros para que eles possam tomar banho todos os dias. Dão?", disse, direcionando a pergunta a dois jornalistas que o acompanhavam.

Russomanno havia tocado no assunto na terça-feira, durante evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo, ao defender o isolamento vertical - modalidade de distanciamento social questionado por especialistas e defendido por seu cabo eleitoral, o presidente da República, Jair Bolsonaro, em que apenas pessoas de grupos de risco da covid-19, como idosos, seriam isolados.

De acordo com números divulgados pela Prefeitura de São Paulo em junho, 28 moradores de rua haviam falecido em decorrência do coronavírus e cerca de 500 haviam sido contaminados.

O município de São Paulo possui mais de 24 mil moradores em situação de rua, entre os que ficam em abrigos e os que não têm vaga. Deles, 2,2 mil têm mais de 60 anos de idade.

Antes do deputado falar com repórteres nesta quarta, a campanha de Russomanno divulgou uma nota assinada pelo candidato em que ele afirma respeitar os cientistas e os moradores de rua e moradores da cracolândia.

"Numa palestra na Associação Comercial de São Paulo, falei sobre moradores de rua e a Cracolândia. Alguns jornalistas pinçaram frases minhas fora do contexto, que deturpavam o sentido do que eu falei. Vou esclarecer de uma vez por todas: eu respeito a ciência, não sou um negacionista. E respeito também os moradores de rua e da Cracolândia, que precisam da nossa compreensão e do nosso apoio, não com ações demagógicas, mas com providências que possam, de fato, minorar os problemas deles", disse o texto.

Estadão
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