Sabatina de Ciro Gomes tem clima tenso e críticas a Caetano Veloso: “Está com a vida ganha”
Candidato do PDT atacou a forma como a imprensa chama o Orçamento Secreto e vinculou o PT ao fascismo
A sabatina Estadão/FAAP do candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, teve clima tenso diante das discussões sobre o Orçamento Secreto - ferramenta na qual os parlamentares requerem verbas sem identificação e destinação - que marcaram o evento nesta quarta-feira, 21.
Ciro e Pedro Venceslau, jornalista de política do Estadão, discutiram sobre a maneira com a qual a imprensa trata do esquema, revelado pelo jornal. O candidato disse que reportagem era o "restinho de jornalismo que sobrou" e que é um eufemismo a imprensa tratar o tema dessa forma, e não como uma "roubalheira sistematizada".
Venceslau disse que a afirmação de Ciro era ofensiva, e o candidato rebateu: "Acho que chamar de Orçamento Secreto não é jornalismo. Essa é a minha opinião. Eu respeito o Estadão e escrevi lá antes de você ser profissional”.
Antes de encerrar a sabatina, Ciro Gomes voltou ao tema e alegou estar preocupado com a "desqualificação do jornalismo brasileiro".
"Sem um jornalismo equilibrado, independente, crítico, sem alinhamentos oportunistas, a democracia morre”, acrescentou.
PT fascista e critica Caetano Veloso
Antes mesmo de iniciar sua participação na sabatina, Ciro Gomes teve de responder sobre a estratégia de aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de pregar o voto útil contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta reta final da campanha.
Logo ao chegar ao evento, Ciro foi irônico ao afirmar que é a favor do voto útil, mas o “voto útil contra a corrupção” e afirmou depois que hoje existe um fascismo de esquerda no Brasil.
“O que está fazendo o fascismo de direita e de esquerda no Brasil? Porque, sim, há um fascismo de esquerda no Brasil liderado pelo PT. Eles estão querendo simplificar de uma forma absolutamente dramática o debate e querem simplesmente aniquilar alternativas. Isso é uma tragédia para o Brasil”, afirmou.
O candidato citou que as próprias pesquisas de intenção de voto, que colocam Lula na primeira posição e com chances de vitória em primeiro turno, mostram que um em cada três eleitores dizem votar no ex-presidente por uma razão pragmática.
“É o cara que vai tirar o Bolsonaro e sua falta de educação, sua grosseria, seu banditismo. A razão não é o Lula, nem a proposta do Lula nem o dia seguinte. É o voto Caetano Veloso, boas pessoas, mas que todos estão com a vida ganha. Quem está preocupado com o dia seguinte é quem não tem plano de saúde, é quem não tem como pagar mensalidade escolar, é quem está submetido ao terrorismo das facções criminosas nas periferias.”
Ciro nega e se irrita sobre elogios a Bolsonaro
Ao responder se suas críticas ao PT podem ser usadas como linha auxiliar para a campanha de Bolsonaro - há mensagens sendo divulgadas nos canais de internet do presidente -, Ciro rechaçou que tenha feito qualquer elogio a ele e afirmou que o “gabinete do ódio que o Lula financia a custa de muito dinheiro roubado” produz fake news desse tipo.
“Nunca fiz nenhum elogio a Bolsonaro. Eu fui às ruas pelo impeachment. Eu assinei três pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Eu fui à corte de Haia representar contra o caráter genocida do Bolsonaro. Sabe quem deu o voto decisivo para manter o orçamento secreto? O PT. O Lula salvou o Bolsonaro e só se explica a sobrevida do Bolsonaro porque o Lula o salvou. O Lula mandou a tropa de choque dele me agredir fisicamente aqui na Avenida Paulista (em um ato pelo impeachment).”
* Com informações do Estadão Conteúdo