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Eleições 2024
Acompanhe a repercussão dos resultados do segundo turno

Sandro Mabel (União Brasil) é eleito prefeito de Goiânia

Candidato disputou 2º turno das eleições com Fred Rodrigues (PL)

27 out 2024 - 18h21
(atualizado às 18h30)
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Sandro Mabel foi eleito prefeito de Goiânia (GO)
Sandro Mabel foi eleito prefeito de Goiânia (GO)
Foto: Divulgação/Sandro Mabel

Sandro Mabel (União Brasil) foi eleito em segundo turno neste domingo, 27, prefeito de Goiânia (GO) com 55,53% dos votos. A vice será a tenente-coronel Cláudia (Avante). Ele disputou o cargo com o candidato do PL, Fred Rodrigues, que ficou em segundo lugar com 44,47% dos votos válidos. O resultado foi divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 18h18 horas, com 93,66% das urnas apuradas. 

Embora tenha finalizado o 1º turno com uma diferença de quase 24 mil votos atrás de Rodrigues, Mabel conseguiu a virada em meio a racha entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente acompanhou a votação de Rodrigues neste domingo.

A vitória consolida o domínio da direita, que comanda a capital goiana desde 2016, e já era prevista pelas pesquisas eleitorais. Na véspera do segundo turno, 26, a pesquisa Quaest mostrou Mabel à frente dos votos válidos com 54%, enquanto Rodrigues aparecia com 46%. 

Confira os votos dos candidatos no 2º turno:

Sandro Mabel (União Brasil): 331.418 votos

Fred Rodrigues (PL): 265.378 votos

Consolidação da direita em Goiânia

Desde a redemocratização, Goiânia teve 30 prefeitos eleitos, sendo a maioria pertencente a partidos mais de centro-direita. A última vez que o cargo foi ocupado por um político de esquerda foi em 2012, com a eleição de Paulo Garcia (PT). Vale ressaltar também o baixo índice de reeleição na capital. Apenas dois prefeitos –Iris Rezende Machado e Paulo Garcia– conseguiram se reeleger. 

Marcado pelos altos índices de rejeição, o atual prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) disputou a eleição atual e não conseguiu se reeleger. O seu desempenho nas urnas foi desastroso, alcançando a sexta colocação, com 3,14 % dos votos (21.616 votos). 

Após ter assumido o cargo com a morte de Maguito Vilela, que morreu no 13º dia do mandato, aos 71 anos, vítima de complicações da covid-19, seu mandato sofreu duras críticas dos moradores e dos especialistas por quase toda a sua duração. Questões como a falta de diálogo, os resultados aquém das expectativas, especialmente, em relação a gestão de gastos, foram apontados como os facilitadores para deixar Cruz de fora da seleta lista de prefeitos reeleitos na cidade. 

Racha entre aliados

A disputa eleitoral em Goiânia causou um racha entre Caiado e Bolsonaro. Enquanto o Governador de Goiás apoiou Mabel, o ex-presidente atuou ativamente na campanha do parceiro de partido Fred Rodrigues. 

Em um almoço em apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, Bolsonaro criticou Caiado e acusou o ex-aliado de "falar grosso, mas apoiar o PT".  

"O que nos surpreendeu, segundo eu vi em vários órgãos de imprensa, o Caiado aceitou o apoio do PT ao Sandro Mabel. Ou seja, quem diria, o Caiado da UDR (União Democrática Ruralista), que fala grosso, gosta de ranger os dentes, aceitou o apoio do PT. Agora, o PT não apoia de graça. Alguma coisa foi acertada", disse o ex-presidente. 

Caiado, no entanto, nega ter aceitado o apoio do partido de esquerda. "Em momento algum eu afirmei que iria procurar o PT para propor uma aliança no segundo turno da eleição em Goiânia. Nunca discuti isto. O que eu disse no dia da eleição do primeiro turno é que iria buscar para o nosso candidato a prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, os votos de todos os goianienses, inclusive daqueles que votaram no nosso adversário no primeiro turno", disse o governador.

Com Bolsonaro inelegível até 2030, a direita fica sem candidato natural na disputa pela presidência em 2026. Caiado já declarou que apresentou seu interesse em participar dessa corrida eleitoral, e as eleições municipais viraram trunfo para ele exibir força aos seus eleitores e aliados.

Corrida Eleitoral

Apesar dos números, os especialistas ouvidos pelo Terra avaliaram a corrida como acirrada logo na primeira semana da segunda etapa da disputa. Durante o 1º turno, Mabel, que é um empresário conhecido na cidade e ligado ao agronegócio, conquistou o eleitorado com promessas de modernização, atração de investimentos privados e uma gestão eficiente, além de contar com o apoio de Ronaldo Caiado (UB) desde o início da campanha para manter a confiança da população. 

Já no 2º turno, ele focou em passar para a população o seu histórico político e longa experiência administrativa, diferencial que, segundo ele, o adversário não tinha. 

Durante toda a corrida eleitoral, Fred manteve a linha de campanha conhecida pelos candidatos do PL. Ele adotou um discurso mais inflexível com propostas em apoio à família tradicional e melhorias na segurança pública e saúde dos goianos, contando com grande presença nas redes sociais. 

Para o 2º turno, o candidato se apoiou nas críticas à gestão de Rogério Cruz (Solidariedade), atual prefeito de Goiânia, para pedir aos eleitores que não deixassem a “velha política” seguir por mais quatro anos no cargo. Além de citar mais medidas em apoio ao trabalhador. 

A 3 dias dias da eleição, Fred também foi denunciado à Polícia Federal por falsidade ideológica ao declarar que era formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-GO). A informação constava em seu material de governo e no portal da Justiça Eleitoral. No entanto, a universidade negou que ele tenha concluído a graduação.

Mas, apesar do duelo de forças entre Caiado e Bolsonaro e das polêmicas de Fred, a eleição de 2024 seguiu a linha eleitoral característica do estado e do município, que possuem uma base mais conservadora e que leva em consideração a economia, o setor de serviços e o agronegócio. 

O que esperar da gestão e quais serão os principais desafios do novo prefeito

Segundo os especialistas ouvidos pelo Terra, desde o início do seu período de campanha, Sandro Mabel (UB) demonstrou que possui um planejamento para como serão seus anos de governo baseados em sua experiência longínqua de vida política, administrativa e industrial no Estado, além do apoio partidário. No entanto, é algo que ainda está dentro do campo da possibilidade.

“Gerenciar uma máquina do tamanho de Goiânia é muito mais complexo do que gerenciar uma empresa. O apoio do Ronaldo Caiado à campanha dele não é um apoio de graça, ele vai precisar compartilhar poder com indicados do governo, do governador, do vice-governador”, explicou Guilherme Carvalho, cientista político e professor em Ciência Política (UFG). 

Em relação aos desafios, a gestão de Mabel poderá passar por algum tipo de corte, devido ao déficit fiscal de Goiânia passa no momento, no entanto, ele começa com uma maioria legislativa (veja no gráfico abaixo). 

“Acredito que Sandro tenha mais facilidade para governar e para enfrentar os desafios que Goiânia tem neste momento, por causa do arranjo político que ele já tem previamente pronto”, destacou Carvalho. 

Quem é Sandro Mabel? 

Sandro Mabel, 69 anos, nasceu em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, mas fez sua carreira política em Goiás. Empresário do ramo alimentício, ele é conhecido por ser fundador do Grupo Mabel, uma das maiores fabricantes de biscoitos do país, vendida à PepsiCo em 2011.

Iniciou sua trajetória política como deputado federal, cargo que ocupou por cinco mandatos consecutivos. Em 1994, integrou a Câmara dos Deputados pelo PMDB, reeleito em 2002 pelo PL. Em 2006 e 2010, retornou pelo PL e pelo PR, respectivamente. Em 2016, foi assessor especial do ex-presidente Michel Temer. 

Com bens no valor total de R$ 313.405.916,29, conforme declarado no TSE, Mabel é o candidato a prefeito mais rico nas eleições de 2024, considerando apenas as cidades com mais de 200 mil eleitores. 

Fonte: Redação Terra
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