Bastidores: debate organizado por grupo de podcast começa com bate-boca e termina com soco e sangue
Noite foi encerrada com assessor de Pablo Marçal na delegacia e marqueteiro de Ricardo Nunes no hospital
Debate organizado pelo Grupo Flow com Guilherme Boulos, José Luiz Datena, Marina Helena, Pablo Marçal, Ricardo Nunes e Tabata Amaral terminou em agressões verbais e físicas entre os candidatos e suas equipes.
O primeiro debate organizado pelo Grupo Flow, criadores do Flow Podcast, rapidamente foi tomado por confusão. Enquanto o início, atrasado, foi marcado por agressões verbais entre Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), o final teve agressões físicas entre os assessores dos candidatos.
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O evento, realizado no Esporte Clube Sírio, no Planalto Paulista, estava marcado para às 20h desta segunda-feira, 23, porém, só teve início às 20h32 devido a uma série de imprevistos nos bastidores, incluindo uma troca de ofensas entre os candidatos.
Moderado pelo jornalista Carlos Tramontina, o debate reuniu os candidatos à prefeitura de São Paulo: Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB). No entanto, antes mesmo de o evento começar, tensões entre os participantes ameaçaram desestabilizar a noite.
Enquanto aguardavam sua vez de conversar com os anfitriões Igor Coelho e Madeleine Lackso, o clima esquentou entre o atual prefeito Ricardo Nunes e o influenciador Pablo Marçal. Marçal, em tom provocador, dirigiu ofensas a Nunes, chamando-o de "Tchutchuca do PCC" e dizendo que ele "vai para a cadeia, vagabundo". Nunes, sem hesitar, rebateu: "Condenadinho". A troca de insultos rapidamente transformou o ambiente, e as equipes de ambos os candidatos se viram obrigadas a intervir para evitar uma briga maior.
Os relatos quanto ao motivo do atraso foram confusos. Organizadores apontaram como justificativa a necessidade de “acalmar os ânimos” após a discussão entre Nunes e Marçal. Já assessores criticaram a desorganização.
Outra justificativa apontada foi o tumulto envolvendo a equipe do influenciador. Foi identificado que Marçal contava com assessores a mais do que o permitido. Tornou-se necessário que organizadores conferissem nominalmente os presentes. Então, os assessores excedentes foram retirados do local.
A imprensa também enfrentou dificuldades. Repórteres foram impedidos de assistir ao debate de dentro do estúdio, enquanto cinegrafistas e fotógrafos ficaram no saguão do Esporte Clube Sírio, sem acesso ao espaço onde o evento estava acontecendo.
Quanto ao que ocorreu dentro do espaço restrito, o debate foi marcado por poucos momentos de exaltação. Em três blocos de perguntas e respostas, o maior alvo de críticas foi Nunes e sua gestão. Contudo, nos últimos minutos do debate, no momento de considerações finais de Marçal, este aproveitou o tempo para voltar a atacar os demais candidatos, sobretudo o atual prefeito, a quem promete prender.
Interrompido e advertido repetidas vezes pelo mediador, o influenciador foi expulso. Neste momento, nos bastidores, Nahuel Medina, da equipe de Marçal, briga com Duda Lima, assessor do Nunes. Um soco desferido fortemente contra a face de Lima o deixou com um corte no supercílio. Sangue jorrou pelo rosto e pelo chão. Medina fugiu do local.
A transmissão do debate chegou a ser interrompida e retomada apenas para esclarecimentos de Tramontina e encerramento. Os candidatos, então, se retiraram um a um do espaço. As declarações ecoaram indignação pelos repetidos episódios de violência que ocorreram nos debates entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. No entanto, à imprensa, Marçal não responsabilizou o assessor, dizendo que quem começou a discussão teria sido a vítima.
O agressor foi encaminhado para uma delegacia de polícia, enquanto Lima foi levado para o hospital.