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Boulos celebra 'bom nível', Marçal se 'compara' a Jesus e mais: o que os candidatos disseram no pós-debate

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram de evento organizado pelo Terra em parceria com o SBT e a Nova Brasil

20 set 2024 - 15h24
(atualizado às 17h04)
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Candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram de debate realizado no SBT nesta sexta-feira, 20
Candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram de debate realizado no SBT nesta sexta-feira, 20
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo conversaram com os jornalistas nesta sexta-feira, 20, após o debate promovido pelo Terra, em parceria com o SBT e a Nova Brasil. O clima geral era de 'alívio' pelo nível mais civilizado durante o confronto, que já contou nas edições anteriores com exorcismo com carteira de trabalho e cadeirada, entre outras baixarias. 

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Evento reuniu Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB). Já no início, o mediador do debate, o jornalista e apresentador César Filho, explicou as regras e fez um pedido de 'bom comportamento' e 'civilidade' para os participantes.

Ricardo Nunes (MDB)

No pós-debate, Ricardo Nunes critica comportamento de Marçal: 'Está tomando uma surra do eleitor':

"O nível melhorou bastante. A gente ainda não está em 100%, mas inegavelmente melhorou muito", disse Nunes ao conversar com jornalistas na saída dos estúdios do SBT, em São Paulo. Ao comentar sobre Marçal, o atual prefeito ironizou o comportamento mais moderado adotado pelo ex-coach: "A criança ali se comportou melhor".

Para Nunes, o alto índice de rejeição que o influenciador tem enfrentado, mesmo após o episódio da cadeirada, levou o candidato do PRTB a modificar a sua estratégia. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 19, Pablo Marçal é o candidato à Prefeitura com o maior índice de rejeição, com 47% dos eleitores afirmando que jamais votariam nele. Esse número subiu em relação à semana anterior, quando a rejeição era de 44%.

"Marçal está tomando uma surra do eleitor. Ninguém quer essa baixaria aqui não", afirmou. O prefeito também fez referência ao comportamento de Marçal em debates anteriores, incluindo provocações e o episódio de instabilidade de José Luiz Datena (PSDB). "O que ele fez, de tirar o Datena de sua condição emocional, o que ele fica me provocando, provocando os outros candidatos, não está surtindo efeito. Estar batendo recorde de rejeição é uma boa lição para ele", completou Nunes.

Guilherme Boulos  (PSOL)

‘Negacionista no comando da prefeitura’, diz Boulos sobre Nunes:

"Acho que pela primeira vez, apesar ainda de provocações e tal, a gente teve um debate com um bom nível nessa eleição, em que não prosperou a baixaria, a mentira. Isso é bom. Eu acho que isso permitiu para as pessoas que assistiram separar o joio do trigo e perceber quem tem as melhores propostas com a São Paulo", disse Boulos ao conversar com a imprensa.

Ao ser questionado sobre o porquê buscou poucos confrontos com Nunes no debate, Boulos afirmou que tentou "privilegiar as pessoas que não têm trabalhado com mentiras nessa eleição. Que não têm trabalhado com baixaria, com fake news, a torto e a direito". Para ele, o atual prefeito não teria um comportamento diferente do ex-coach.  

Pablo Marçal (PRTB)

Marçal se compara a Jesus na saída do debate:

O candidato do PRTB afirmou ter mostrado sua “pior versão” ao eleitorado até o penúltimo debate e que de agora em diante terá uma "postura de governante".  Questionado pela imprensa se esse ‘novo estilo’, que retrucou ser “seu estilo normal”, foi pautado pela rejeição do público, Marçal se comparou com Lula e Jesus.“Aprenda uma coisa, o Luiz Inácio Lula da Silva virou presidente porque ele tinha a maior rejeição”, iniciou. Para ele, a “grande verdade” é que todo o Brasil e os principais jornais do mundo hoje sabem quem é Pablo Marçal.

“Como que faz pra ser muito amado sem ser muito rejeitado? Olha pra Cristo, ele foi rejeitado por todo o mundo, hoje é uma das figuras mais amadas do mundo. Ou seja, a rejeição faz parte de um processo onde as pessoas começam a te dar atenção”, complementou. Ele também falou sobre outra face de Jesus, menos amorosa e, talvez, mais combativa. "Ele [Jesus] era conhecido como uma pessoa que pegava pesado com pessoas tipo o Pedro, que falava besteira [...] Ele destruiu a entrada do templo, jogando todos os cambistas para fora. Ele tinha um comportamento que hoje vocês fariam perguntas cabulosas para ele", explicou.

Marçal afirmou, inclusive, ter recebido uma carta de Donald Trump na quinta-feira, 19, mas não a mostrou. “Eu ouvi alguém falando da carta, eu não fiquei emocionado com isso e acredito que vai encaixar a agenda para eu encontrar o Donald Trump lá”, disse, confirmando que o encontro seria antes do primeiro turno, que acontece no dia 6 de outubro.

Tabata Amaral (PSB)

Tabata também considerou o debate mais civilizado do que os anteriores, mas pontuou que os demais candidatos fazem 'jogo eleitoral'. "Esse foi muito melhor no nível do que os outros e eu acho, gente, infelizmente, todo mundo aqui faz joguinho eleitoral. A pessoa acha que vai ganhar voto sendo agressiva, é agressiva. A pessoa acha que vai ganhar voto sendo mansinha, é mansinha", explicou.  A candidata do PSB ressaltou a importância da coerência, "nenhum aqui teve a mesma postura em todos os debates, tirando a gente. Essa coerência é muito importante'.

Ao ser questionada sobre a mudança de postura de Pablo Marçal, Tabata considera que os demais candidatos também baixaram o tom para tentar agradar ao eleitorado. "Marçal, Boulos, Nunes, estavam se brigando, gritando. Último debate, agora todo mundo calminho, com o olho miudinho, achando que vão enganar as pessoas, tentando convencer", avaliou.

"Claramente, meus adversários estão vendo sua rejeição aumentar e sentiram isso. E tem rolado até um joguinho combinado entre Marina Helena, Nunes, Bolos, que eu preciso entender melhor. Fato é, as pessoas não são bestas. As pessoas já estão sinalizando que elas até dão risada da cadeirada e do xingamento. Mas elas querem um projeto no qual elas possam confiar", finalizou.

José Luiz Datena (PSDB) 

Para o apresentador e candidato do PSDB, o debate teve um "bom nível", mas as mentiras "continuaram sendo repetidas". Datena ressaltou ainda que, apesar das acusações, sem citar o nome de Marçal, "Quem cometeu o crime e pagou pena não fui eu", numa referência à condenação por estelionato do ex-coach.

"Eu tenho a impressão de que as propostas se sobrepuseram a mentiras que continuam sendo repetidas. É a história do Dr Jekyll [da história do Médico e o Monstro], né? O monstro sempre aparece de uma forma ou de outra, mas ao monstro, ao condenado, ao bandido, você responde do local adequado que é a justiça e é lá que o sujeito vai ter que responder", explicou Datena

Ao ser questionado sobre o tom menos combativo de Marçal, Datena ressaltou que o candidato do PRTB não sustentou a postura 'mais light' até o final do debate. " Baixou até que começou a aparecer de novo. É aquela história do outro jeito. Sempre aparece".

Para ele, a mudança na estratégia de Marçal se deve às pesquisas que mostram o ex-coach com a maior rejeição para a Prefeitura.

"Tenho a impressão de que ele percebeu que acusar sem provas não deu resultado para ele da pesquisa. Ele foi contido da sua ascensão. Ele deve ter percebido que falar em verdades, que falar mentiras não favorece a ninguém porque o povo não é enganado. O povo tem muito mais inteligência do que todos nós juntos [...] Quem parou esse cidadão foram as pesquisas que mostraram que ele não teve ascensão nenhuma e que até perdeu em alguma delas", finalizou Datena.

Maria Helena (Novo)

"Estou muito feliz que a minha cadeira não foi arremessada, não precisaram soldar também", brincou Maria Helena conversar com os jornalistas, indicando que o debate foi mais civilizado do que os anteriores. Para ela, no entanto, o debate foi "mais do mesmo da política [...] A realidade mesmo é depois que a galera sai daqui, se ela vai implementar".

A candidata do novo, que fez piada e alfinetou Datena por ele ter gaguejado no início da campanha eleitoral, definiu o debate como um circo. "O que temos aqui é um grande circo, onde podemos ver o que aconteceu nos debates anteriores. Todo mundo fica apresentando um monte de propostas, até o Datena, que gaguejava no primeiro debate, aprendeu a falar propostas. Propostas iguais, baseadas em pesquisas que mostram exatamente o que você quer escutar", disse.

Maria Helena também negou que tenha desempenhado uma dobradinha com Pablo Marçal. "Não teve dobradinha com ninguém. Aliás, até o Pablo, quando escolheu, me escolheu para atacar. Então, se tivesse qualquer tipo de dobradinha, isso não teria acontecido", finalizou.

 

Fonte: Redação Terra
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