Boulos diz que Nunes é 'pai do apagão' e prefeito rebate falando de segurança: 'Não gosta de polícia'
Candidatos trocaram acusações em debate promovido pela Record em parceria com Estadão e Rádio Eldorado
O primeiro embate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) -- em debate organizado por Record/Estadão/Rádio Eldorado, na noite deste sábado, 19 -- foi relacionado ao apagão que atingiu a cidade na última semana, após um temporal. O psolista provocou o adversário, o apelidando de "pai do apagão".
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O atual prefeito foi o primeiro a fazer uma pergunta. Nunes optou por abordar a questão da segurança pública, insinuando que Boulos apoiaria a "bandidagem" e não a Polícia Militar. O adversário, porém, respondeu que acreditava em uma Polícia Militar armada, "mas que trata os cidadãos de maneira igual".
"Aí que tá a diferença, Ricardo. Porque eu acredito que você faça jus ao que diz o seu vice de que a polícia tem que tratar diferente quem mora nos Jardins de quem mora na periferia", provocou Boulos.
Em seguida, o candidato do PSOL tratou de mudar de assunto e mencionar o apagão. Boulos introduziu o tema afirmando que o apagão em São Paulo "tem uma mãe e um pai". A maternidade estaria a cargo da Enel, enquanto o prefeito seria o pai. "O pai do apagão está aqui do meu lado, é o Ricardo Nunes, que não fez o básico, a poda e o manejo de árvores, sobretudo a remoção", disse.
"Eu tenho um documento que, infelizmente, não posso mostrar, que ele não queria que ninguém soubesse, assinado pela prefeitura e a Enel, em junho, em que a prefeitura é que assume a responsabilidade de manejo e de retirada de árvores próximo a fios elétricos. Ricardo, mesmo com esse documento, mesmo com essa responsabilidade, por que você não assumiu e foi culpar o presidente Lula pelo apagão?", questionou Boulos.
Ricardo Nunes reagiu acusando Boulos de "desinformação". Segundo ele, a prefeitura não teria responsabilidade de cortar árvores próximas a fiações, por risco aos funcionários.
"Esse documento que o deputado Guilherme se refere é o convênio que a prefeitura tem com a Enel, que justamente diz que as árvores que tem contato com a fiação é a Enel que precisa fazer essa remoção. Porque ali passa uma energia muito forte, você tá com aquela árvore energizada. Um profissional da prefeitura, obviamente não pode tocar naquela árvore porque ele corre risco de vida", afirmou.
Em seguida, Nunes voltou a federalizar a responsabilidade pela fiscalização da Enel, citando o Ministério de Minas e Energia (MME) como responsável pela concessão.
Ao fim de sua fala, o prefeito preferiu voltar para o tema inicial de sua pergunta, que era de segurança pública. Ele rebateu o fato de Boulos ter trazido o nome de seu vice para a discussão.
"Queria falar do meu vice, você sempre atacando. O problema é que você não gosta da polícia. Você, a vida inteira atacou a Polícia Militar. E o meu vice, o Coronel Mello [Araújo], é uma pessoa íntegra. Agora por que o PSOL sempre foi contra o fim das saidinhas?", questionou, ao que Boulos o chamou de "máquina de mentiras".