Datafolha: mais da metade dos eleitores de SP admitem mudar voto a prefeito por rejeição a padrinho político
O ex-presidente Jair Bolsonaro é quem mais afasta eleitores de candidatos ao pleito, apesar de dúvidas sobre quem ele apoiará na disputa
A nova pesquisa eleitoral do Datafolha, divulgada na última sexta-feira, 5, mostrou que mais da metade dos eleitores paulistanos, 56% dos entrevistados, admitiu mudar de voto para prefeito se o candidato for apoiado por um político rejeitado por eles.
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De acordo com o levantamento, 37% dos eleitores mudariam o voto com certeza, e 19% talvez mudassem. Já 41% disseram que não mudariam o voto, e 2% não souberam responder.
Foi medida a influência de quatro padrinhos políticos nas eleições municipais: do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
O levantamento do Datafolha ouviu 1.092 pessoas da capital entre os dias 2 e 4 de julho, segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, que encomendou a pesquisa. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Relação entre eleitores e padrinhos políticos
Bolsonaro figurou na liderança entre os que mais provocariam o afastamento de eleitores, com 65% afirmando que não votariam em um candidato apoiado pelo ex-presidente. Em maio, o índice era de 61%. Já o apoio do político levaria 16% dos eleitores a escolher, com certeza, seu indicado, enquanto outros 16% cogitam a possibilidade.
Outro dado mostra que 40% dos eleitores ainda não sabem qual candidatura Bolsonaro apoiará ao Executivo municipal de São Paulo. 27% apontaram, corretamente, que o ex-presidente endossará a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Outros 11% mencionam Pablo Marçal (PRTB) como candidato de Bolsonaro.
No caso do apoio de Lula, padrinho político de Guilherme Boulos (PSOL), 23% dos eleitores afirmaram votar com certeza em um candidato endossado por ele, e outros 28% cogitam a possibilidade. O apoio do petista, no entanto, afasta 45% dos entrevistados. Uma parcela significativa, 48%, sabe que o presidente apoia a pré-candidatura do deputado do PSOL.
Sobre o governador Tarcísio de Freitas, 17% dos eleitores afirmaram votar, com certeza, em um candidato apoiado por ele, enquanto outros 30% consideram a possibilidade. Considerado por aliados do atual prefeito seu principal cabo eleitoral, 48% dos eleitores paulistanos rejeitaram votar em um candidato apoiado pelo governador. A pesquisa mostrou, ainda, que 36% dos entrevistados sabem que Tarcísio apoiária Nunes, enquanto 35% ainda não reconhecem o endosso.
Já sobre o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, 15% dos eleitores escolheriam o candidato apoiado por ele, e 34% considerariam a possibilidade. Outros 47% dizem que não votariam em um candidato endossado por Alckmin. Apenas 7% dos eleitores, no entanto, sabem que o vice-presidente apoia a deputada Tabata Amaral (PSB) no pleito, enquanto 24% acreditam que ele endossará Boulos e, 13%, que ele estará com Nunes. Outros 39% não souberam responder.