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Datena diz que intenção é 'ir até o fim' nas eleições, considera 8/1 uma tentativa de golpe e que Lula fez melhor governo

Pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo foi sabatinado na manhã desta terça-feira, 16

16 jul 2024 - 11h22
(atualizado às 12h27)
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José Luiz Datena, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo
José Luiz Datena, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo
Foto: Reprodução/Sabatina Uol-Folha

José Luiz Datena, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, disse nesta terça-feira, 16, que a sua intenção é ir "até o fim" nas eleições municipais deste ano "se ninguém te sacanear no meio do caminho". Datena já desistiu de quatro campanhas eleitorais desde 2016. 

"Eu não confio na palavra de político. E quando um político me sacaneia, como me sacanearam no meio do caminho em todas as outras oportunidades, eu larguei esses caras. Então minha desconfiança com político é total. E até que eu faça parte do meio político e passe a ter confiança nos políticos de uma forma geral, eu vou continuar na expectativa de ser ou não ser", afirmou.

"Se alguém me sacanear de hoje até o dia da eleição, vai ficar no meio do caminho. A minha intenção dessa vez é ir até o fim, desde que alguém não me encha o saco", completou Datena em sabatina realizada pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal Uol.

O pré-candidato à Prefeitura disse ainda não saber quem será o seu vice. "Não sei e pretendo que o partido escolha bem meu vice, acho que o partido tem prioridade na escolha. Mas só vai ser escolhido se eu achar que é um bom cara. Se não, eu sou democrata, mas nem tanto a ponto de permitir um vice que não tenha ligação com o povo de São Paulo", comentou Datena.

O apresentador de televisão negou que esteja usando a política para renegociar seu contrato com a Band e afirmou que, caso não seja eleito, tem acordo para trabalhar por mais dois anos na emissora e com redução de 70% de seu salário. Ele afirmou que sua remuneração já ultrapassou R$ 1 milhão, mas que atualmente gira entre R$ 600 mil a R$ 800 mil, valor sobre o qual a redução será aplicada.

Durante a sabatina, Datena ainda não se classificou dentro de um espectro político, como direita ou esquerda. Em uma tentativa de fugir da polarização, criticou tanto o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assim como o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), a quem classificou como "pior prefeito da história de São Paulo", e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), seus oponentes que lideram as pesquisas eleitorais neste momento.

Sobre Ricardo Nunes, ele afirmou que o atual prefeito "não entende nada de política" e criticou as falas de Nunes de que a imagem do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), morto em 2021, não deveria ser explorada nesta campanha.

"A Prefeitura de São Paulo caiu no colo do prefeito. Eu era o vice com Bruno. Eu tive orgulho quando Bruno me chamou e me convidou pra ser vice dele. Fui vice dele por um mês e saí porque eu estava sendo sacaneado no partido e foi confirmado pelo [Geraldo] Alckmin. O Ricardo disse que é uma injustiça eu ser candidato pelo PSDB. Injustiça é São Paulo ter ele como prefeito e arrasar a cidade. Isso que é injustiça, ter um prefeito tão ruim como ele."

Quando questionado sobre se Lula ou Bolsonaro fez o melhor governo, Datena se posicionou dizendo que foi Lula. "Claro que foi o Lula. Ele não foi eleito à toa três vezes. [...] Ele fez realmente bons dois governos, mas ele foi ajudado pelo cenário político externo", pontua.

A respeito dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando o Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto foram invadidos e depredados, Datena afirmou que considera que foi uma tentativa de golpe. A posição difere de Nunes que, na segunda-feira, 15, afirmou que houve invasão e depredação de prédios dos Três Poderes, mas que não acreditava que os envolvidos queriam dar um golpe de Estado.

"Clara, absurda, desproporcional. [...] Como as forças do governo não avisaram Lula que o golpe ia acontecer? Tentativa de golpe explícita. Quem nega, quer negar a história brasileira. É um absurdo quem nega", disse Datena.

Ele também afirmou que Boulos precisa acabar com a imagem de invasor devido à sua atuação pregressa no Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST). Questionado se a imagem corresponde à realidade, o apresentador respondeu: "Ele deve ter feito por isso. Não é à toa que dizem que ele gosta de tomar a propriedade dos outros", acrescentando que o pré-candidato do Psol é mais ponderado hoje do que no passado.

Datena disse ainda que Bolsonaro cometeu "vários erros", ao mesmo tempo que fez piada quando o apresentador da sabatina citou logo no início do programa que ele foi demitido da Rede Globo em 1989 por subir no palanque do petista na eleição presidencial contra Fernando Collor. "Tinha que lembrar isso? Vai me tirar voto pra caramba", comentou Datena.

Apesar de ter sido filiado ao PT por 23 anos, de 1992 até 2015, o jornalista respondeu ser "constitucionalista" ao ser questionado se era de direita ou de esquerda. "Nos extremos não há nada bom." (*Com informações do Estadão Conteúdo)

Fonte: Redação Terra
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