Datena diz que Marçal pediu desculpa por ofensas dois dias antes de agressão e mostra print
Imagens apontam que o ex-coach e candidato à Prefeitura de São Paulo afirmou que eles estavam se comportando como 'animais em zoológico'
Após agredir Pablo Marçal (PRTB) durante o debate da TV Cultura, José Luiz Datena (PSDB) revelou, em entrevista aos jornalistas na saída do Teatro B32, em São Paulo, que o ex-coach o procurou na última sexta-feira, 13, para pedir desculpas pelas ofensas recentes. Segundo o apresentador, o influenciador afirmou que eles "estavam se comportando como animais expostos em zoológico".
Nesta segunda-feira, 16, o Terra recebeu da assessoria de imprensa de Datena os supostos prints da troca de mensagens. Nas capturas de tela, Marçal pediu para que o rival o perdoasse “pelas palavras pesadas” contra ele. “Tenho sentido que somos animais num zoológico e todos querem ver agressões gratuitas", diz um trecho da conversa.
Em um primeiro momento, Datena afirmou que desconfiou que as mensagens não fossem do ex-coach, no entanto, pouco depois, um assessor de candidato opositor entrou em contato para propor um café entre ambos. O apresentador negou.
O Terra pediu um posicionamento para a assessoria de imprensa de Pablo Marçal sobre as mensagens, mas não teve retorno até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações.
Agressão
No quarto bloco, por volta das 23h, após pergunta do influenciador sobre quando Datena iria "parar com essa palhaçada", ao fazer referência à sua possível desistência da política, o apresentador saiu de seu púlpito e partiu em direção a Marçal com a cadeira.
Após a interrupção da transmissão, o mediador Leão Serva declarou: "Vivemos agora, nesse intervalo forçado, um dos eventos mais absurdos da história da televisão brasileira". Conforme o mediador, a decisão da emissora foi expulsar o candidato do debate por cometer, sucessivamente, três falhas graves.
Marçal também se retirou, sob justificativa de que estava se sentindo mal. Consultados, os candidatos presentes optaram por continuar no debate.
Anteriormente, o influenciador relembrou a acusação de assédio contra o tucano e afirmou que Datena pagou pelo silêncio da suposta vítima. O apresentador, por sua vez, chamou o Marçal de "ladrãozinho de banco".
Os ataques se iniciaram com a recusa de Datena de fazer uma pergunta ao Marçal. A partir deste momento, a hostilidade entre ambos se intensificou.
Datena diz não se arrepender
Em nota de sua campanha, Datena afirma que não defende o uso da violência para resolver um atrita. “Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem, porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura”, afirma.
O candidato também aponta que Marçal mostrou “sua falta de caráter” em “todas as situações” que teve oportunidade, e que é uma “ameaça a São Paulo”. O apresentador alegou que ele precisa ser detido com votos e também com atos. “Foi o que eu fiz”, justifica.
“Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade. As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas”, detalha.
Segundo Datena, o ex-coach usou “linguagem marginal” e que lhe feriu a honra e “maculou” sua família, “já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário”.
Ele ainda diz que errou, mas se arrepende “de forma alguma”. No entanto, preferia que o episódio não tivesse ocorrido. “Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna”, salientou.
“Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.
Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população”, finalizou.