Com soco ignorado, debate em SP tem foco em críticas à atual gestão e Marçal isolado
Promovido pela Record, o encontro ocorre cinco dias após confusão entre equipes de Marçal e Nunes no Grupo Flow
Debate entre principais candidatos à prefeitura de São Paulo ocorre neste sábado, 28, com regras estabelecidas pela Record TV.
O nono debate entre os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pela Record TV, na noite deste sábado, 28, começou com ataques diretos à gestão de Ricardo Nunes (MDB), uma nova estratégia de Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) novamente isolado e troca de acusações entre o ex-coah e o prefeito.
Acompanhe a cobertura completa das Eleições 2024 no portal Terra e fique por dentro de todas as notícias.
O encontro colocou os candidatos Marçal e José Luiz Datena (PSDB) um ao lado do outro, após o episódio da cadeirada, e ocorre cinco dias após a confusão protagonizada pela equipe do candidato do PRTB no debate organizado pelo Flow Podcast. Marçal e Nunes, cujas equipes protagonizaram as agressões, evitaram falar sobre o caso de violência.
Eles trocaram acusações, no entanto, quando o influenciador pediu explicações sobre suposta participação do candidato à reeleição em esquema de desvio de recursos. Nunes, por sua vez, citou problemas de Marçal com a Justiça.
Datena e Boulos repetiram 'dobradinha' anterior com críticas à atual gestão, que virou alvo em vários momentos do debate. Questões de moradia, segurança, educação, saúde e falta de assistência a moradores de rua foram algumas das críticas feitas a Nunes pelos adversários.
Tabata Amaral mudou o alvo de seus primeiros questionamentos e, ao invés de Marçal, e confrontou Boulos, criticando discrepâncias entre posicionamentos do candidato e de seu partido, o PSOL. Ambos disputam votos da esquerda.
O candidato do PRTB voltou a ser isolado pelos demais postulantes e só foi questionado quando sobrou somente ele para a pergunta de Marina Helena, de acordo com a dinâmica do debate. Na troca com Helena, Marçal chamou Boulos por um apelido, foi advertido e perdeu 30 segundos de suas considerações finais.
Marçal ainda associou Boulos, cujo número na urna é 50, do PSOL, ao 13, do PT. O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na coligação do psolista e sua vice, Marta Suplicy, é filiada ao Partido dos Trabalhadores, mas a chapa usa o 50 nas urnas.
Em outro embate, Datena foi questionado por Marçal sobre o episódio da cadeirada. O jornalista afirmou que não houve destempero, que se defendeu e que o caso será discutido na Justiça. O tucano também garantiu que não vai desistir da corrida eleitoral nem renunciar ao cargo caso seja eleito.
Embates entre Nunes e Boulos
Ao longo do debate, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos interagiram frequentemente com troca de farpas. Em pergunta feita por jornalista, o atual prefeito, que recebeu o apoio de Jair Bolsonaro, foi questionado se o ex-presidente indicaria cargos no caso de uma reeleição de Nunes. Ao comentar, Boulos acusou o adversário de não responder a pergunta.
O candidato à reeleição, por sua vez, lembrou que Boulos tem apoio do PT, partido que já governou a capital paulista. "Você fazendo crítica sem experiência nenhuma administrativa. Olha o partido que está na coligação com você. O (ex-prefeito Fernando) Haddad prometeu 10 itens (para a saúde) e cumpriu 1. Não cumpriu 9. Isso está no relatório do Tribunal de Contas do município", respondeu Nunes.
Enquanto ouvia a resposta, Guilherme Boulos fez gestos negativos com a mão, e foi alertado pelo jornalista e mediador do encontro, Eduardo Ribeiro, de que a atitude não é permitida.
O atual prefeito, por sua vez, acusou o psolista de normalizar a 'rachadinha' ao citar o caso do deputado federal André Janones (Avante-MG). Enquanto deputado federal, Boulos votou contra a cassação do aliado em acusações do uso de verba pública de seu gabinete.
Boulos também acusou Nunes de 'ficar no gabinete, escondido debaixo da mesma', durante a gestão, sem contato com a realidade da população.
Os eleitores irão às urnas no primeiro turno no domingo, 6, em todo o Brasil. O segundo turno, caso seja necessário, será em 27 de outubro.
Regras para o debate
Após os episódios de violência em debates anteriores, Record TV estabeleceu regras para o encontro. Os candidatos não poderão fazer gestos desrespeitosos e exibir documentos, imagens ou qualquer objeto. Além disso, estão proibidos palavrões e termos vulgares. Em caso de descumprimento, o mediador, o jornalista Eduardo Ribeiro, poderá intervir ainda durante a declaração do candidato.
Caso haja reincidência, o candidato perderá 30 segundos das considerações finais. Na terceira punição, perderá automaticamente o direito de fazer as considerações. Na quarta, ocorrerá expulsão.
O debate seguirá o tradicional modelo de pergunta-resposta-réplica-tréplica. Caso, ao longo do encontro, algum candidato seja expulso, haverá um sorteio ao vivo para definir a quem o candidato fará a pergunta ou quem responderá aos questionamentos de um jornalista.
Durante os confrontos diretos, os candidatos terão 30 segundos para pergunta e 2 minutos para resposta. Nas réplicas e tréplicas, serão 90 segundos e 2 minutos, respectivamente.
Já na rodada de pergunta dos jornalistas, o tempo será de 2 minutos e meio para resposta e 2 minutos para comentário. Durante esta etapa, a réplica será de 90 segundos.