Descalço, Marçal vota faltando 3 minutos para fim da votação
O candidato chegou próximo das 16h57, sendo que as urnas fecham às 17h; à imprensa, ele falou sobre o falso laudo contra Boulos
O candidato Pablo Marçal (PRTB) esperou os últimos minutos para registrar o seu voto neste domingo, 6. O ex-coach votou descalço, no Centro Educacional Brandão, em Moema, por volta das 16h57.
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A equipe do candidato havia anunciado à imprensa que ele votaria às 16h. No entanto, jornalistas e apoiadores aguardaram durante a tarde a chegada de Marçal, e todos tomaram um longo chá de espera.
Quando chegou, Marçal subiu no teto solar do veículo em que estava, já com os pés descalços. De cima do carro, foi ovacionado por uma multidão, entrando na escola aos gritos de "primeiro turno".
Após votar, o candidato falou com a imprensa. Marçal se queixou da decisão da Justiça de derrubar o seu perfil no Instagram depois da divulgação de um falso laudo de internação por uso de cocaína do seu adversário Guilherme Boulos (PSOL).
"Um candidato ficar sem seu meio de comunicação faltando poucas horas foi uma decisão completamente desproporcional", disse.
Sobre a decisão de chegar faltando pouco para as votações serem encerradas, Marçal lançou uma frase de efeito: "Eu decidi vir nesses últimos minutos para falar que os últimos vão ser os primeiros."
Ainda sobre o caso do falso laudo, o candidato do PRTB ironizou a rapidez com que a situação teria sido desvendada. "A perícia está de parabéns de trabalhar no final de semana. Sobre o que o Datena fez comigo, a perícia até hoje não achou tempo para trabalhar", disse, referindo-se ao episódio da cadeirada.
Marçal complementou que acredita em uma eleição em primeiro turno e que, se não for ao menos para o segundo, "vai ter uma revolta do povo". "É como diz meu amigo Gusttavo Lima, 'se o Marçal não ganhar é roubo'", afirmou.
Movimento na escola
Enquanto Marçal não chegava para votar, eleitores esperavam por ele. Uns para prestar apoio, outros para protestar de maneira pacífica. O médico Arno, de 40 anos, se encaixa na primeira categoria. Ele já tinha votado, em uma outra escola de São Paulo, na região da Avenida Paulista, mas fez questão de ir para o Centro Educacional Brandão, em Moema, acompanhar a chegada de seu candidato.
“É o candidato que está contra tudo e todos. Contra o sistema. E eu acho que é o momento pra gente mudar”, afirmou.
“Marçal é o único candidato que não está utilizando fundo eleitoral. Todos os outros candidatos estão utilizando o fundão eleitoral. E assim, ele chegou pra quebrar justamente esse paradigma aí do sistema. Sem tempo de TV, sem tempo de rádio, sem fundão eleitoral, contra tudo e todos”, complementou.
Ali na escola não estão apenas eleitores de Marçal. Paulo, 41, se surpreendeu com a movimentação em frente ao seu colégio eleitoral. Ele votou por volta das 13h e conversou com o Terra em torno das 15h30. Mesmo não tendo pegado fila para votar, decidiu ficar por ali.
Perguntado, Paulo disse que gostaria de fazer algum tipo de manifestação com a chegada de Marçal. “Talvez uma manifestação política, democrática. E ao contrário do que ele e dos apoiadores dele costumam se comportar, mas de maneira pacífica.”