‘Difícil achar vencedores’, avalia especialista em política sobre debate entre candidatos à Prefeitura de SP
Seis candidatos participaram do evento promovido pelo Terra nesta quarta-feira, 14
O professor Paulo Roberto, da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), diz ser difícil achar vencedores no debate realizado na quarta-feira, 14, por Terra, Estadão e FAAP com os candidatos a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
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Em entrevista ao Terra Agora, nesta quinta-feira, 15, o especialista frisou: “Acho que houveram perdedores”. Segundo ele, a população está clamando por um bom debate público nos últimos depois da polarização e da radicalização de determinados grupos. “Especialmente pela extrema-direita”, pontua.
Sobre os candidatos, ele avalia que o atual prefeito, no caso, Ricardo Nunes, sempre é o principal alvo. Mas o candidato do PSOL, por mais que não ocupe o cargo, foi atacado e criticado por todos os demais candidatos, observa. Para ele, Nunes e Boulos vão continuar sendo o foco dos concorrentes nos próximos debates.
Paulo Roberto também cita o caso de Pablo Marçal, o caracterizando como “um candidato fortemente comprometido com ataques pessoais” que está tentando “ser o azarão e atrapalhar a disputa que está mais ou menos consolidada”.
O debate
O segundo debate eleitoral entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo nas Eleições 2024 foi realizado na quarta-feira, promovido pelo Terra em parceria com o Estadão e a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
O embate foi marcado por ataques, deboche e mais acusações do que propostas sobre os temas propostos pela organização do evento, como educação, economia, planejamento urbano e segurança pública. Evocando a polarização política que tem marcado o Brasil nos últimos anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro foram citados em meio a argumentos -- o que não ocorreu no primeiro debate, que ocorreu na última quinta-feira, 8.
Um dos momentos mais tensos do debate ocorreu entre os candidatos Boulos e Marçal. O confronto aconteceu no segundo bloco, que teve como tema economia. Depois de responderem uma pergunta sobre transporte público, puderam fazer perguntas um ao outro. Foi aí que Marçal puxou uma carteira de trabalho enquanto afirmava que iria "exorcizar" o adversário. Boulos, por sua vez, chamou Marçal de "Padre Kelmon" desta disputa eleitoral, em referência ao candidato que disputou as eleições presidenciais de 2022.
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