Marçal é isolado por candidatos e passa mais de 20 minutos 'sumido' em debate
Encontro entre candidatos foi promovido pelo Terra, em parceria com o SBT e a rádio Nova Brasil
Pablo Marçal adotou uma postura mais moderada durante debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, porém continuou a proferir ataques pessoais.
Depois de adotar um tom agressivo para capturar a atenção do eleitorado, Pablo Marçal (PRTB) tentou mostrar sua versão mais 'light', um pouco menos combativa, durante o debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo realizado nesta sexta-feira, 20, pelo Terra em parceria com o SBT e a rádio Nova Brasil. Um dia após a pesquisa Datafolha mostrar aumento de 17 pontos na rejeição de Marçal, levando-a a 47% entre os eleitores, o candidato decidiu ser mais comedido em sua fala, o que ele até chegou a chamar de 'postura de governante'.
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No entanto, Marçal também foi isolado pelos demais candidatos, que evitaram direcionar perguntas para o ex-coach. Como resultado, Marçal apareceu pela primeira vez 20 minutos após o início do debate, para responder à pergunta de Tabata Amaral (PSB).
Mas a postura moderada de Marçal não foi constante. No primeiro bloco, isolado pelos demais candidatos, ele aproveitou para criticar o PT e pedir desculpas à população pelos ataques anteriores aos adversários, embora tenha voltado a criticá-los. Já no segundo bloco, ainda que de forma mais moderada em comparação a debates anteriores, Marçal voltou a proferir ataques pessoais aos demais candidatos.
Em um momento, por exemplo, Marçal afirmou que havia "dois homens agressores" no debate, sem citar nomes, mas insinuando ataques indiretos a José Luis Datena (PSDB) e a Ricardo Nunes (MDB). O ex-coach também alfinetou o atual prefeito, chamando-o de 'tchutchuca do PCC'.
Nunes pediu direito de resposta e reagiu ao ataque, insinuando que Marçal não conseguiu sustentar a sua performance moderada.
"Você quer até roubar o apelido que eu te dei de 'tchutchuca'. Fico muito triste com o nível que ele está trazendo aos debates. Ele até estava indo bem, mas não consegue manter [o equilíbrio]", afirmou.
A postura de Pablo Marçal
Durante a campanha eleitoral, Marçal já havia confrontado Guilherme Boulos (PSOL) com uma carteira de trabalho, dizendo que iria "exorcizar o demônio [Boulos] com uma carteira de trabalho", enquanto erguia o documento. Na ocasião, Boulos rebateu: "Eu sou professor. Não sou coach, não ganho dinheiro enganando as pessoas na internet".
Boulos também foi alvo de outros ataques do ex-coach, incluindo uma acusação de que seria usuário de substâncias ilícitas. Posteriormente, em decisão da Justiça Eleitoral, Marçal teve que publicar vídeo de resposta gravado pelo psolista.
No fatídico episódio da cadeirada, quando Marçal levou uma banquetada de José Luiz Datena (PSDB) durante o debate da TV Cultura, o candidato do PRTB lembrou uma acusação de assédio sexual contra o adversário. A acusação foi arquivada pelo Ministério Público (MP) na ocasião.