Marina acusa Boulos de ligação com corruptos e candidato reage: 'Talvez tenha me confundido com outro'

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo) e Guilherme Boulos (PSOL) trocaram farpas durante a discussão sobre planejamento urbano no debate eleitoral realizado nesta quarta-feira, 14, pelo Terra, em parceria com o Estadão e a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Marina usou o seu tempo de fala para perguntar a Boulos sobre a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com os transportes da cidade.

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"Você faz acusações de que o crime organizado, PCC, está inflitrado nos transportes .Quero saber que moral você tem se um coordenador da sua campanha, Antonio Donato, do PT, é acusado de receber R$ 75 mil de doação do chefe da máfia dos transportes. Aliás, tem outro caso: de um vereador que é acusado de ser o dono de uma dessas empresas de transporte. Acusado a dar R$ 70 mil por semana para o PCC", disse Marina.

Boulos rebateu, dizendo que a acusação não é feita por ele, mas pelo Gaeco, do Ministério Público, e pela Polícia Civil. Ele ainda lembrou outras operações realizadas pelos órgãos.

"Talvez você tenha me confundido com outro candidato, que esse, sim, tem o presidente do seu partido como confesso ligado ao tráfico de drogas e agora um assessor condenado e preso por sequestro", afirmou Boulos, sem citar nomes.

Em sua resposta, Marina voltou a atacar o candidato: "Haja marketing e haja dinheiro de marketeiro para fazer uma pessoa que passou a sua vida invadindo propriedade se passe por alguém que quer combater a máfia dos transportes aqui na capital e quer endereçar aquele que é o maior problema do nosso cidadão que é a segurança. A gente não vai cair nessa".

Boulos finalizou, afirmando que "é natural" que os dois tenham visões de mundos e valores diferentes, e retomou a discussão sobre o Plano Diretor de São Paulo. Ele prometeu dialogar com a Câmara de Vereadores, caso seja eleito.

Sobre o planejamento urbano

Antes da troca de farpas, os candidatos foram questionados sobre mudanças climáticas e quais eram as propostas para evitar que São Paulo viva tragédias semelhantes àquelas vividas por cidades do Rio Grande do Sul, que foram complementamente inundadas recentemente.

Marina disse que que pretende adotar uma proposta semelhante à feita em Joinville (SC) e afirmou que todas as secretarias precisam andar juntas para "ter uma resposta rápida". Ela ainda acrescentou que vai tirar as pessoas de áreas de risco, mediante regulamentação fundiária e melhoria do aluguel social.

Já Boulos afirmou que o tema "envolve mitigação e adaptação". Ele falou sobre trabalhar a lógica de cidades-esponja para ter mais áreas permeáveis pra fazer absorção da água das chuvas, e evitar enchentes na cidade. Também citou utilizar asfalto permeável.