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'Pegaram quase todo meu salário', relembra vítima de quadrilha de furto a banco que Marçal integrou

Hoje com 68 anos, ela teve R$ 4.650 retirados de sua conta em 2005; o candidato à Prefeitura de SP foi condenado por participação no esquema

17 set 2024 - 23h01
(atualizado às 23h31)
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O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), durante caminhada na Avenida República do Líbano, na zona sul da cidade.
O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), durante caminhada na Avenida República do Líbano, na zona sul da cidade.
Foto: LUIZ RODRIGUES/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

“Foi muito complicado. Eu precisava pagar contas e não tinha como pagar. Pegaram quase todo meu salário”. O relato é de uma das vítimas da quadrilha de fraude bancária que Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, foi condenado por participar. A mulher, agora com 68 anos, foi alvo do esquema em 2005 e encontrada pela revista piauí, que contou seu caso em reportagem publicada nesta terça-feira, 17.

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À revista, a mulher contou que as operações da quadrilha varreram de forma online R$ 4.650 de suas economias deixadas no banco -- R$ 14 mil nos dias atuais, segundo correção dos valores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). 

Ela, que não teve sua identidade revelada, relembra que foi até uma agência da Caixa Econômica Federal no Rio Grande do Norte, onde morava, contestar as transações. O dinheiro não saiu de uma vez, foram quatro desfalques: R$ 2 mil, R$ 1 mil, R$ 340 e R$ 1.300. Assim, após os furtos online, seu saldo ficou negativo antes dela conseguir pagar as contas já previstas para o mês.

Em seu caso, o dinheiro foi ressarcido pelo banco cerca de dez dias depois, pois os acessos indevidos em sua conta foram identificados. Por sua situação ter sido resolvida, a mulher conta não ter acompanhado mais desdobramentos do caso, na ocasião.

A mulher foi vítima da quadrilha em julho de 2005. Cerca de dois meses depois, Marçal foi detido temporariamente, em agosto do mesmo ano, aos 18 anos. Ele foi solto no dia 2 de setembro.

Relembre 

Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, foi condenado por furto por participação em uma quadrilha de fraude bancária e, em 2005, e chegou a ser preso. Diferente da versão que ele conta, ele não consertava computadores em torno do caso, mas operava um programa responsável por captar e-mails para os quais seriam enviados spams e, consequentemente, a quadrilha conseguiria os dados bancários das vítimas.

Segundo informações obtidas pela Folha de S.Paulo, que teve acesso à investigação da Polícia Federal, a operação investigou que o esquema se dava por meio de phishing, uma forma de ‘fisgar’ pessoas na internet, as induzindo a clicar em links que instalam vírus em seus aparelhos. Quem selecionava os e-mails para os quais seriam enviados esses spams seria Marçal.

Em depoimento na época, o atual candidato à Prefeitura de São Paulo disse que “o trabalho que estava sendo realizado era de publicidade para um médico". Já um agente da PF que testemunhou na investigação alegou que era Marçal quem indicava para quem enviar os e-mails e que ele sabia das atividades ilícitas. 

Marçal negou fazer o envio dos links com vírus. Mas o Ministério Público Federal não considerou crível a versão de que ele desconheceria a situação.

Pelo caso, Pablo Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses em regime semiaberto pela Justiça Federal em Goiás em 2010. Sua pena foi extinta em 2018, devido à prescrição retroativa.

O Terra entrou em contato com a assessoria de Marçal em busca de um posicionamento, mas não obteve retorno. O espaço continua aberto. 

Fonte: Redação Terra
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