Polícia pede medida protetiva a marqueteiro de Nunes agredido por assessor de Marçal
Vítima levou seis pontos no rosto após agressão em debate promovido pelo Flow
Marqueteiro de candidato à prefeitura de São Paulo é agredido durante debate organizado pelo Grupo Flow.
A Polícia Civil solicitou medida protetiva ao marqueteiro Duda Lima, que atua na equipe do candidato à prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), e precisou levar seis pontos próximos do olho esquerdo, após ter sido agredido por um assessor do adversário de Nunes, Pablo Marçal (PRTB) durante um debate organizado pelo Grupo Flow.
Lima já havia solicitado uma medida protetiva contra Nahuel Medina, produtor de Marçal e responsável pela agressão. Após o registro da ocorrência, a polícia colheu depoimentos dos envolvidos, ouviu testemunhas e analisou as imagens, decidindo então pedir a aplicação urgente de medidas cautelares alternativas à prisão.
Em documento obtido pela coluna de Guilherme Mazieiro, a delegada Eliane Tomé Bellagamba afirma que a medida é importante "para resguardar a ordem pública, assegurar a tranquilidade do pleito eleitoral e proteger a integridade física e psicológica" do marqueteiro.
Com base nisso, a Polícia Civil solicitou que a Justiça decrete as seguintes medidas:
- Proibição de Nahuel de se aproximar de Eduardo, mantendo uma distância mínima de 300 metros;
- Proibição de qualquer tipo de contato com Eduardo, seja de forma direta ou indireta, incluindo comunicação por terceiros ou por meios eletrônicos;
- Proibição de frequentar os mesmos locais que Eduardo, ainda que Nahuel chegue antes ao local;
- Proibição de postar ameaças ou ofensas contra Eduardo nas redes sociais.
Lima deixou o hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, na madrugada desta terça-feira, 24. Ele realizou uma tomografia e deve voltar ainda esta semana ao hospital.
"Foi relatado, acho que todo mundo viu, uma agressão covarde, uma agressão criminosa. A polícia tomou todos os cuidados, todas as cautelas, já determinou diversas providências que vão ser encaminhadas ao Poder Judiciário. As testemunhas confirmaram que aqui nesse caso tem uma vítima e um agressor, e no caso o Eduardo, o Duda, é a vítima, que foi agredido por essa pessoa que não tem qualquer justificativa para praticar um ato como esse, um ato de selvageria, falta civilidade, falta urbanidade para que essas pessoas, acho que só o rigor da lei pode impor que eles obedeçam o mínimo de convivência social", declarou Daniel Bialsky, advogado de Duda Lima na saída da delegacia.
O encontro organizado pelo grupo de podcasts Flow foi o oitavo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo. Marçal foi expulso nos segundos finais do programa por usar apelidos pejorativos contra Nunes, o que era proibido pelas regras do grupo. Além disso, o apresentador do debate, Carlos Tramontina, repreeendeu Marçal após prometer que, se eleito, prenderia o atual prefeito da capital paulista.
Na sequência da expulsão de Marçal, Nahuel Medina deu um soco em Lima. Testemunhas afirmaram que Medina tentava filmar a expulsão do candidato do PRTB com o celular, quando Lima teria afastado o celular de seu rosto e, momentos depois, foi agredido pelas costas e levou o soco.
Medina disse em depoimento à Polícia Civil que não se lesionou durante a confusão. Conforme registro da Polícia Civil, ele alega que nas últimas considerações de Marçal, "iniciou-se uma discussão entre Pablo e Ricardo Nunes, instante em que se viu lado a lado com o assessor do Nunes, o mesmo que o teria empurrado antes do debate. Conta que passou a filmar o indivíduo que estava xingando e ofendendo Pablo Marçal. Na hora que ele percebeu que estava sendo filmado, foi com força em sua direção, enfiou as mãos por dentro de sua camisa e tirou o celular de suas mãos".
"Alega que, instintivamente, se defendeu, se assustou e levou a mão na direção do indivíduo. Após, se deslocou a camarim e foi encaminhado a esta unidade. Indagado pela autoridade se está lesionado, disse que não", afirma o termo de interrogatório.