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São Paulo vai às urnas após campanha de caos, laudo falso e indefinição total sobre 2º turno

Disputa tem Nunes e Boulos pressionados por fenômeno Pablo Marçal que, com campanha agressiva, ameaça a presença de um dos dois no 2º turno

6 out 2024 - 00h00
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Corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo é marcada por muitas polêmicas, agressões e divulgação de laudo falso
Corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo é marcada por muitas polêmicas, agressões e divulgação de laudo falso
Foto: Arte/Terra

Os eleitores da maior cidade do País vão às urnas neste domingo, 6, para uma disputa que, segundo a maioria dos levantamentos de intenção de voto, tem resultado imprevisível, sem que nenhum candidato tenha garantia de que estará em um eventual segundo turno. A se confirmarem as pesquisas, Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) vão disputar palmo a palmo o eleitorado em uma eleição que contou com um empate técnico persistente nas últimas semanas, após uma campanha tensa e, por vezes, agressiva entre os candidatos. Ampliando essa incerteza, não é possível de antemão indicar o efeito que terá a divulgação de um laudo falso contra Boulos por parte de Marçal na reta final da campanha.

Mesmo no controle da máquina municipal, com avaliação positiva nas pesquisas sobre aprovação de governo e com o apoio explícito do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Nunes chega ao pleito com menos força do que seus aliados apostavam. O cálculo era de uma margem que garantisse a tranquilidade para o segundo turno, no qual, segundo as pesquisas, venceria tanto Boulos quanto Marçal. Uma derrota ainda no primeiro turno seria dura até mesmo para o futuro político do prefeito.

Mesmo no controle da máquina municipal, com avaliação positiva nas pesquisas sobre aprovação de governo e com o apoio explícito do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Nunes chega ao pleito com menos força do que seus aliados apostavam. O cálculo era de uma margem que garantisse a tranquilidade para o segundo turno, no qual, segundo as pesquisas, venceria tanto Boulos quanto Marçal. Uma derrota ainda no primeiro turno seria dura até mesmo para o futuro político do prefeito.

Ocorre que, em meio à indefinição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em fazer acenos mais claros ao candidato apoiado por seu partido, abriu-se espaço para o surgimento de um novo nome à direita que, mais do que brigar por uma vaga no segundo turno, almeja novos voos nas eleições nacionais seguintes – não escondendo em suas declarações que trabalha para, mais adiante, disputar a Presidência da República, rachando a direita e fazendo que cada vez mais apoiadores de Bolsonaro passem a aderir a suas ideias.

Para chegar ao dia da eleição com chances de avançar à segunda etapa, Marçal abusou de uma campanha agressiva e, por vezes, desleal contra os adversários. Disparou uma série de acusações sem provas contra eles, culminando com a divulgação de um laudo falso contra Guilherme Boulos na noite de sexta-feira. Além disso, cravou em cada um dos concorrentes apelidos jocosos, se envolveu em discussões ásperas nos debates que levaram ao ápice de uma cadeirada desferida por José Luiz Datena (PSDB) contra ele em um debate e foi figura central no episódio em que um de seus assessores socou o marqueteiro de Ricardo Nunes em um dos encontros.

Em meio a uma disputa evidente no espectro da direita, Guilherme Boulos tenta se sustentar mesmo sem conseguir repetir na capital a votação que seu principal padrinho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), obteve na disputa de 2022. Sobretudo na periferia, o voto lulista e petista não se converteu automaticamente para o candidato do PSOL, que, embora mantenha a regularidade, não chega à disputa com a tranquilidade de que estará no segundo turno.

Correndo o risco de um revés em relação à última disputa, quando perdeu na segunda etapa da votação contra Bruno Covas (PSDB), Boulos terminaria a campanha menor do que entrou se, desta vez, ficar ainda na etapa inicial, mesmo com apoio formal do PT, com bom tempo de TV e parcela relevante de fundo partidário.

Enquanto isso, os demais candidatos não chegaram a ameaçar os três primeiros em momento nenhum da campanha. Com mais êxito, Tabata Amaral (PSB) ao menos não derreteu, oscilou positivamente na reta final da campanha e parece ter acumulado ativo para sair maior do que entrou, numa campanha em que sofreu sem conseguir formar alianças e com pouco tempo de rádio e TV.

Para José Luiz Datena (PSDB), que se enfraqueceu paulatinamente durante a campanha, e Marina Helena (Novo), que nunca demonstrou vitalidade para disputar com alguma chance, a campanha serviu apenas como experiência para eventuais próximos pleitos, se é que eles virão.

Estadão
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