Skaf aponta "calamidade" na segurança, mas elogia policiais
Candidato do PMDB ao governo de São Paulo criticou atual gestão no combate ao crime, mas usou três vezes a palavra “talentosos” para se referir a delegados e investigadores da Polícia Civil
Em sua terceira agenda com policiais em uma semana, o candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, atribuiu a baixa produtividade da Polícia Civil na solução de crimes à má gestão do governo atual e à falta de recursos tecnológicos que permitam agilizar os procedimentos e reduzir a burocracia. Embora tenha dito que "apenas 2% dos inquéritos são esclarecidos" e que é preciso “resgatar a cultura investigativa”, Skaf poupou os policiais de qualquer crítica e não economizou elogios à corporação.
“O mais importante na Polícia Civil é recuperar a cultura investigativa, que foi deixada de lado. Nós temos talentosos delegados, investigadores, que muitas vezes perdem seus dias com burocracia por falta de inovação e tecnologia”, afirmou Skaf ao lado do delegado Wagner Giudice, diretor do Deic, com quem teve uma reunião a portas fechadas.
O candidato ainda disse que a segurança pública em São Paulo vive um momento de “calamidade” e que, com uma arrecadação de cerca de R$ 200 bilhões por ano, o Estado não pode alegar falta de dinheiro para justificar os problemas.
“Em um Estado como São Paulo, a única coisa em que a gente não pode acreditar é quando uma pessoa diz ‘falta dinheiro para tudo’. Não pode faltar dinheiro para tudo. Então na verdade o que falta em São Paulo é gestão. Hoje é inegável que é uma calamidade a segurança pública do Estado de São Paulo”, declarou Skaf.
“A segurança pública tem um investimento importante, são quase R$ 18 bilhões do orçamento do Estado. Eu diria que, a exemplo de outras áreas, mais importante do que você, em um primeiro momento, aumentar o orçamento, é você melhorar a gestão, a eficiência, os resultados. Como governador, eu não estarei distante”, continuou o candidato, que na sequência preferiu não responder se considerava “omisso” o atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB).
No dia 30 de julho, Skaf visitou um grupo de 17 entidades ligadas à Polícia Militar de São Paulo e afirmou que a corporação “mora do lado esquerdo do peito”. O evento contou com uma plateia de cerca de 100 pessoas ligadas à PM, entre elas advogados que defenderam policiais em julgamentos pela morte de 111 presos em 1992, no episódio que ficou conhecido como Massacre do Carandiru. Ontem, Skaf visitou o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) no Bom Retiro, região central da capital.
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