SP: Boulos vai a Brasília por apoio de Lula, e Nunes confirma presença em debate
Candidatos cumpriram agenda em busca de votos na disputa do segundo turno das eleições municipais
O dia dos candidatos à Prefeitura de São Paulo foi marcado pela ausência de Ricardo Nunes (MDB) no primeiro debate do segundo turno e pela divulgação da pesquisa Datafolha, que coloca o emedebista com 55% das intenções de voto e Guilherme Boulos (PSOL) com 33%.
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Boulos voltou a criticar a gestão Nunes e foi a Brasília para reforçar o apoio do presidente Lula para a sua campanha. Já Nunes foi até a Parada de Taipas, na zona noroeste da capital paulista, para ampliar a sua base eleitoral. Lá, ele voltou a apostar num suposto extremismo do adversário e confirmou que irá participar do debate organizado pela Band na próxima segunda-feira, 14.
Boulos critica Nunes e vai a Brasília
Nesta quinta-feira, 10, o deputado federal Guilherme Boulos compareceu ao primeiro debate do segundo turno das eleições municipais. Com a ausência do prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, ele participou apenas de uma sabatina. Na sequência, o psolista conversou com a imprensa na entrada da área de embarque do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, antes de seguir para compromissos em Brasília.
O dia de campanha de Boulos foi marcado por várias críticas a Nunes. Na sabatina, promovida pela rádio CBN e pelos jornais O Globo e Valor Econômico, o candidato disse que o prefeito "fugiu" do embate. "Já tivemos muitos problemas com cadeira nesta eleição, mas acho que é a primeira vez que temos uma cadeira vazia", ironizou ao fazer ligação entre o episódio da cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) durante debate antes do primeiro turno. Ambos candidatos mencionados ficaram fora da corrida eleitoral.
Durante a sabatina, Boulos também afirmou que Nunes "foge de suas responsabilidades" há três anos e meio, dizendo que o chefe de governo foi omisso em algumas questões, como a falta de luz em vários bairros da cidade após chuvas intensas em novembro do ano passado.
Em conversa com jornalistas no aeroporto, as críticas continuaram. Boulos atacou o adversário ao dizer que, por politicagem, ele não aceitou dinheiro do governo federal para São Paulo. Além disso, o psolista disse que, se Nunes não comparecer aos debates, ele fará debates em praças públicas com a população da cidade. "São Paulo não ficará sem debate no segundo turno por causa da covardia de Ricardo Nunes", afirmou.
Também nesta quinta, Boulos foi em busca de reforçar o apoio do governo federal em sua campanha. O candidato viajou para Brasília para se reunir com o presidente Lula e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para apresentar propostas para São Paulo e gravar participações com Lula para o programa eleitoral, que volta às rádios e TVs nesta sexta-feira, 11. Segundo o colunista do Terra Guilherme Mazieiro, entre as propostas discutidas, estava o programa de crédito para mulheres empreendedoras de pequenos negócios.
O psolista sinalizou ainda que, se caso seja eleito, buscará apoio da Câmara Municipal, embora não tenha maioria entre os vereadores, e fará parcerias inclusive com o governo do Estado, de Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Vou buscar parcerias independente das questões políticas, mesmo com o governador apoiando o meu adversário [Ricardo Nunes]."
Boulos também fez um aceno aos eleitores de Marçal, afirmando que, se for eleito, vai incorporar uma das propostas do empresário, na qual alia empreendedorismo e esporte nas escolas. O candidato também citou as propostas que tem para trabalhadores autônomos.
Para motoristas de carros de aplicativo, por exemplo, ele pretende liberar o rodízio, enquanto para os motoboys, a ideia é criar bases de apoio pela cidade para que possam ter o mínimo de estrutura durante a jornada de trabalho.
Nunes vai à periferia e confirma ida a debate
O dia do candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) começou com a sua ausência do debate promovido pela rádio CBN e pelos jornais O Globo e Valor Econômico. Nunes, que já havia criticado a quantidade de debates realizados antes do primeiro turno das eleições municipais, optou por participar de sabatina promovida pelo Balanço Geral, da Record TV.
Lá, ele apresentou algumas de suas propostas para habitação, saúde, transporte e voltou a destacar o trabalho entre a prefeitura e o governo estadual, reforçando a parceria com Tarcísio de Freitas, um de seus 'padrinhos' de campanha.
Nunes também evitou criticar Pablo Marçal (PRTB) durante a sabatina, ressaltando que muitas das propostas do ex-coach já fazem parte da agenda de projetos de seu governo e, como já repetiu em outras ocasiões, que sua candidatura representa a "direita e o centro".
Já os ataques contra Boulos continuaram. Apesar de dizer que a população da capital paulista "só perde" com a polarização política, Nunes voltou a chamar o candidato do PSOL de "extremista". O tom mais combativo contra Boulos também se manteve durante o ato de campanha na Parada de Taipas, região noroeste da cidade, que ocorreu na tarde desta quinta, pouco depois da divulgação da pesquisa Datafolha.
"Aqui é o equilíbrio, lá [Boulos] o extremismo, aqui a ordem, lá a desordem. Em uma cidade de 12 milhões de habitantes, é preciso ter experiência. Do nosso lado, experiência, do outro lado, zero experiência", disse Nunes em conversa com a imprensa.
"Só no segundo turno, o Guilherme Boulos já foi condenado quatro vezes por falar mentira sobre a minha pessoa, sobre a minha família. Parece que ele não aprendeu nada com aquilo [laudo falso] que o Pablo Marçal", acrescentou.
O prefeito, que herdou cerca de 84% do eleitorado de Marçal, segundo o Datafolha, também voltou a defender que os meios de comunicação se unam para realizar uma menor quantidade de debates, no máximo três, alegando que essa seria a tradição das campanhas eleitorais em São Paulo. Ele confirmou ainda que irá participar do debate promovido pela Band, pois a emissora "tem tradição" de realizar o primeiro debate de ambos os turnos.
Nunes também explicou a fala sobre aceitar indicações políticas de Jair Bolsonaro (PL) feita durante a sabatina na Record TV. “Se ele [Bolsonaro] indicar o Paulo Guedes como secretário da Fazenda, está aceito”, disse ele sobre o cargo atualmente ocupado por Luis Arellano, que recebeu elogios do prefeito. "É procurador de carreira, formado em Matemática e Direito. É um grande secretário da Fazenda, mas o Paulo Guedes é muito bem-vindo", completou.
Aos jornalistas, Nunes afirmou que está aberto a receber sugestões. "Foi no contexto de demonstrar que eu não estou fechado a receber [sugestões]. Só que a decisão do secretário vai ser minha. Eu vou ser cobrado pela população, portanto a responsabilidade é minha", finalizou.