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União Brasil deixa Rodrigo Garcia com quase o dobro do tempo de TV de Haddad e Tarcísio

Tucano pode ter mais de 4 minutos por bloco, e Tarcísio ficará em 2.º se levar PSD; para campanhas, inserções são estratégicas

6 jul 2022 - 05h10
(atualizado às 07h44)
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Rodrigo Garcia
Rodrigo Garcia
Foto: Reuters

Pré-candidato à reeleição, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), terá quase o dobro do tempo de exposição no horário eleitoral gratuito na TV e no rádio do que os principais adversários caso assegure o apoio do União Brasil. Já Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL), precisa do apoio do PSD, de Gilberto Kassab, para ficar à frente de Fernando Haddad (PT).

Garcia e Tarcísio estão empatados em segundo lugar, atrás do petista, segundo pesquisas de intenção de voto. Governador e ex-ministro ainda são pouco conhecidos dos paulistas. Garcia assumiu o Palácio dos Bandeirantes em abril após renúncia de João Doria. Tarcísio morava em Brasília.

O horário eleitoral na TV e no rádio será veiculado entre 26 de agosto e 29 de setembro. A divisão do tempo é feita segundo o tamanho da bancada de deputados federais eleita em 2018. O cálculo foi realizado com base nas regras da Resolução n.º 23.610 do TSE.

Com 81 deputados eleitos em 2018, o União Brasil - fusão de PSL e DEM - tem 1 minuto e 30 segundos em cada bloco, um à tarde e outro à noite, ambos com 10 minutos. Com a legenda, Garcia teria cerca de 4 minutos e 10 segundos, ante 2 minutos 23 segundos de Tarcísio e 2 minutos e 8 segundos de Haddad, já contando com o PSB, de Márcio França, que deve concorrer ao Senado.

Disputa

França tenta ainda atrair Kassab para a campanha de Haddad. Com isso, Tarcísio perderia os 39 segundos do partido, e o petista teria 2 minutos e 47 segundos, deixando Tarcísio com apenas 1 minuto e 43.

"Acreditamos muito na TV, já que o índice de desconhecimento do Tarcísio é muito grande. (O tempo de TV) É um tiro de canhão que funciona nas classes C e D", disse o marqueteiro de Tarcísio, Pablo Nobel.

A aposta principal das campanhas, porém, está nas inserções espalhadas pela grade de programação da TV aberta. Segundo especialistas, elas têm um impacto muito mais efetivo do que os blocos. Pelos cálculos da pré-campanha de Garcia, o tucano deve ter 13 comerciais diários, Tarcísio, sete, e Haddad, seis.

Caso assegure o apoio do União Brasil, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), terá quase o dobro do tempo de exposição no horário eleitoral gratuito na TV e no rádio do que os principais adversários. Foto: Marcelo Chello/Estadão

"Nossa grande expectativa está nas inserções", afirmou Nobel. "Com a composição política do Rodrigo, ele vai ter o maior tempo de TV e a possibilidade de demonstrar o que foi feito", disse Wilson Pedroso, coordenador da pré-campanha.

A campanha de Haddad também vê o tempo de TV e rádio como estratégico. "Ainda é um espaço privilegiado em que o eleitor pode comparar propostas e biografias dos candidatos. As conversas com todos os partidos para composição política levam em consideração as questões programáticos e o espírito de reconstrução do Brasil e mudança em São Paulo", afirmou Otávio Antunes, que atua no marketing do candidato petista.

Já o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, considera que o tempo disponível para o partido é bom e permite "passar a mensagem". Ele também aponta que a legenda vai construir uma linguagem única nas inserções sobre as candidaturas majoritárias e proporcionais.

Para o cientista político Emerson Cervi, professor na Universidade Federal do Paraná, o tempo de rádio e TV continua importante na campanha eleitoral, já que o eleitor ainda chega indeciso no período eleitoral, principalmente nas disputas regionais. Segundo ele, há uma avaliação equivocada de que essas inserções não seriam relevantes em razão do resultado das eleições presidenciais em 2018.

"Essas eleições de descontinuidade, como 2018, não costumam se repetir. A tendência é você ter uma eleição de realinhamento na sequência, e é o que está se mostrando agora. Ao que tudo indica, em 2022 a gente volta a ter o mesmo papel central do horário eleitoral, até mais importante para as eleições regionais, porque o eleitor tem muito mais conhecimento de quem é candidato a presidente do que governador", afirma.

Estadão
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