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Seis ex-ministros de Bolsonaro garantem vaga para o Congresso Nacional

Damares, Salles, Pontes, Tereza, Pazuello e Marinho se elegeram. Além deles, o vice Mourão será o senador por Rio Grande do Sul

3 out 2022 - 01h20
(atualizado às 07h11)
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Ex-astronauta e ex-ministro Marcos Pontes é eleito senador por São Paulo.
Ex-astronauta e ex-ministro Marcos Pontes é eleito senador por São Paulo.
Foto: FOTO ASTRONAUTA MARCOS PONTES /FACEBOOK / Estadão

O presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu eleger seis ex-ministros para o Congresso Nacional que o País terá a partir de 2023. A maior surpresa foi Marcos Pontes (PL), ex-astronauta que ocupou a pasta da Ciência e Tecnologia, derrotando o até então favorito Márcio França (PSB) para o Senado, por São Paulo. Com 44,98% dos votos no Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, também foi eleita senadora. Esta foi a primeira vez que ela concorreu a uma eleição.

Além dos ministros, o atual vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul. Ele teve 2,5 milhões de votos, o que equivale a 44% dos votos. O ex-governador Olívio Dutra (PT), fundador do PT, que estava na frente das pesquisas de intenção de votos teve 38% dos votos.

Ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, Tereza Cristina (PP) foi mais uma integrante do governo que garantiu vaga no Senado, com 60,8% dos votos, pelo Mato Grosso do Sul. Ela derrotou o também ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), que se tornou um desafeto do presidente ao deixar o governo durante a pandemia de covid-19 alegando impedimentos para seguir critérios científicos no combate à doença.

Rogério Marinho (PL), que foi ministro do Desenvolvimento Regional, também foi eleito senador pelo Rio Grande do Norte, superando Carlos Eduardo (PDT). Ainda vai para o Senado o empresário Jorge Seif Junior (PL), ex-secretário da Pesca, por Santa Catarina.

Ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello (PL-RJ) foi o segundo mais votado deputado federal do Rio de Janeiro, com 205 mil votos. Pazuello defendeu tratamento comprovadamente ineficaz contra a covid durante a pandemia e ainda foi acusado de negligência na compra de vacinas.

Em São Paulo, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL) foi o quarto mais votado, garantindo também sua vaga na Câmara, com 640 mil votos. Salles é alvo de um inquérito sobre contrabando de madeira e produtos florestais e teve sua atuação no ministério muito criticada por ambientalistas. Ele também se envolveu em polêmicas nos últimos meses ao atropelar um motoqueiro e bater boca com o deputado federal André Janones (Avante) durante o debate entre presidenciáveis na Band.

Salmos

Ao saber da vitória, Damares citou trechos bíblicos em sua conta nas redes sociais: "Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: grandes coisas o Senhor tem feito por eles!"

Damares Cristina Alves é pastora evangélica, advogada, nascida em Paranaguá, no Paraná. Ela nunca havia disputado uma eleição e atuou por décadas como assessora parlamentar em Brasília. Em dezembro de 2018, depois de se aproximar da primeira-dama Michelle Bolsonaro, foi convidada para o ministério e aceitou porque entendeu que se tratava de um "chamado divino". Como ministra, afirmou que o País estava "numa nova era" em que "menino veste azul e menina veste rosa".

Damares derrotou Flávia Arruda (PL), também aliada de Bolsonaro, que ocupava o cargo de secretária de governo. A construção da chapa de Ibaneis Rocha (MDB), que foi reeleito em primeiro turno, passou por reviravoltas até ser definida. O governador chegou a apresentar Damares como sua candidata. Isso aconteceu porque José Roberto Arruda, ex-governador do DF e marido de Flávia, ameaçava concorrer contra o emedebista na eleição para governador.

Após uma reunião no Palácio do Planalto entre Ibaneis, José Roberto Arruda e Bolsonaro, o ex-governador do PL desistiu de tentar o governo e decidiu ser candidato a deputado federal, o que fez com que Flávia tivesse lugar garantido na chapa de Ibaneis como candidata a senadora. Mesmo com o acordo, Arruda teve a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Estadão
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