Sem presença de Lula, PT e federação oficializam candidatura presidencial para 2022
Ex-presidente cumpre agenda de campanha em Pernambuco; Geraldo Alckmin (PSB) será vice da chapa da federação Brasil da Esperança
O PT e a federação partidária Brasil da Esperança --formada por PT, PC do B e PV-- oficializaram por unanimidade na manhã desta quinta-feira, 21, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidência da República.
O partido já pode encaminhar o registro da candidatura ao TSE, mas deve aguardar a convenção do PSB, no próximo dia 29, para também chancelar o nome de Geraldo Alckmin como vice.
O evento em São Paulo foi apenas "protocolar" e não contou com a presença de apoiadores, tampouco de Lula. O ex-presidente, que cumpre agenda de campanha em Pernambuco, foi informado da aprovação por telefone pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
É a primeira vez que um candidato a presidente é indicado por uma federação partidária --modalidade de aliança criada em 2021.
Esta será a sexta vez que Lula concorre à Presidência. Além das vitórias em 2002 e 2006, ele também tentou em 1989, 1994 e 1998. Nas eleições de 2018, o petista chegou a ser pré-candidato, mas foi impedido pela Justiça de oficializar a candidatura por causa das condenações na época da Lava Jato.
Lula lidera as pesquisas de intenção de voto para o pleito de outubro, à frente do presidente Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição e que deverá ter sua candidatura oficializada no domingo, 24, durante convenção do PL, no Rio de Janeiro.
A corrida eleitoral também será disputada por Ciro Gomes. A candidatura do ex-governador do Ceará foi oficializada PDT na quarta-feira, 20. Nas pesquisas de intenção de voto, ele aparece em uma distante terceira posição.
Violência política
A morte do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho durante festa de aniversário no começo do mês em Foz do Iguaçu, no Paraná, levantou o temor que campanha deste ano seja marcada pela violência política. A posição do PT é de combater qualquer tentativa de intimidação.
Durante a oficialização da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente em evento protocolar na manhã desta quinta-feira, 21, em São Paulo, Jilmar Tatto (PT) conversou com a reportagem do Terra e afirmou que "o País está desse jeito em função de ter um presidente que incentiva esse tipo de prática".
Tatto ainda afirmou que o partido não vai 'aceitar o terror' e vai manter a campanha nas ruas.
"Não vamos aceitar o terror de tentar passar medo para a campanha eleitoral porque é isso que eles querem. Nós vamos continuar nas ruas, continuar militando e fazendo política de forma democrática", disse o ex-deputado, que se mostrou bastante confiante na vitória de Lula.
"Queremos e vamos derrotar o Bolsonaro nas urnas. Ele se elegeu várias vezes deputado, e agora presidente, e nunca questionou a urna; agora que sabe que vai perder, ele questiona. Nós não vamos abaixar a cabeça e vamos derrotá-lo”, acrecentou Tatto.