Sudeste vira fator central na eleição com candidatos na região em 6 de cada 10 dias
Postulantes preparam atos finais em São Paulo, com caminhada de Lula na Paulista e motociata de Bolsonaro, e apostam em virar votos de volumoso eleitorado
Os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas priorizaram os esforços no Sudeste para conquistar votos. A região com mais de 66,7 milhões de eleitores, ou 43% do total do País, concentrou as agendas dos postulantes ao Palácio do Planalto nesta campanha. A cada dez dias de setembro, seis foram dedicados principalmente aos Estados de São Paulo, Minas e Rio. Apenas no dia 16, uma sexta-feira, não houve uma aparição pública de candidatos na região.
O Sudeste impõe desafios para os líderes nas pesquisas. O petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou ampliar a distância de Jair Bolsonaro (PL) para conquistar um eventual terceiro mandato já neste próximo domingo, 2. Candidato à reeleição e vitorioso na região em 2018, o atual presidente depende do Sudeste para chegar ao segundo turno, onde precisará de tração, sobretudo em São Paulo. Uma segunda etapa entre Fernando Haddad (PT) e Rodrigo Garcia (PSDB), por exemplo, na disputa pelo governo do Estado, deixaria o presidente sem palanque.
Ciro Gomes (PDT), candidato que mais esteve no Sudeste durante a campanha, visitou os Estados 22 vezes. Na segunda-feira, 26, por exemplo, ele escolheu a capital paulista para fazer a leitura do seu "Manifesto à Nação", no comitê central da campanha. Nesse mesmo período, Simone Tebet (MDB) esteve 18 vezes em São Paulo, duas vezes no Rio e uma vez em Minas.
Fiel da balança
São Paulo, Minas Gerais e Rio costumam funcionar como fiéis da balança nas eleições presidenciais. Minas é visto como referência, já que espelha os resultados das eleições em nível nacional. Desde a República Velha, todos os candidatos que ganharam a disputa em Minas triunfaram também no pleito nacional, com exceção de 1950. "Minas é uma espécie de 'mini Brasil'. Os que são eleitos lá conseguem dialogar com diferentes 'Brasis'", disse Grin.
Já desde a redemocratização, o Rio só não acertou o vencedor do primeiro turno em 1998, quando o PT venceu o PSDB por uma margem mínima de votos no Estado, e em 2002, quando Anthony Garotinho levou 42,18% do eleitorado, ante 40,16% de Lula.