Suposto prontuário de Boulos divulgado por Marçal tem RG errado e assinatura de médico que já morreu
O nome do profissional consta como "falecido" no site do CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) desde 2022; o documento também traz erros de digitação
O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) divulgou um suposto prontuário médico de Guilherme Boulos (PSOL) nesta sexta-feira (4), acusando-o de surto psicótico grave e uso de cocaína. O documento, porém, apresenta erros de português e foi assinado por um médico que já morreu.
O nome do profissional consta como "falecido" no site do CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) desde 2022. Além disso, o documento traz erros de digitação e o RG de Boulos contém um número a mais. Em um trecho, lê-se: "encaminho o senhor Guilherme Castro Boulos, por minha [sic] atendido nesta data".
Suposto prontuário de Boulos é publicado durante podcast
Marçal compartilhou o suposto prontuário durante sua participação em um podcast, na noite de sexta-feira. Desde o início da campanha, o ex-coach relaciona Boulos ao consumo de cocaína, mas nunca apresentou provas concretas. A Justiça Eleitoral já havia ordenado que ele removesse publicações anteriores sobre o assunto.
Em resposta, Boulos declarou que o documento é falso e que seu adversário "não tem limite". Em vídeo ao vivo, o candidato do PSOL pediu a prisão do administrador da clínica mencionada por Marçal. "O dono da clínica tem um vídeo com o Pablo Marçal, é apoiador dele, e nós vamos publicar aqui no meu Instagram esse vídeo assim que eu terminar a live", afirmou.
No dia da suposta internação, 19 de janeiro de 2021, Boulos estava ativo nas redes sociais, onde realizou uma transmissão ao vivo de sua casa sobre a vacinação contra a covid-19. Ele também visitou um vereador de Osasco naquela data.
Após cerca de duas horas da publicação de Marçal, o Instagram retirou o post do ar. O candidato do PRTB reagiu dizendo: "Parabéns pela democracia de esquerda".
A campanha de Boulos declarou que Marçal será responsabilizado judicialmente, tanto na esfera eleitoral quanto cível e criminal. "Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir", diz a nota.
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