Tarcísio de Freitas chama Roberto Jefferson de 'descompensado' agindo como criminoso
Candidato ao governo de São Paulo afirma que Polícia 'agiu como tinha que agir' no caso envolvendo o ex-deputado
O candidato do Republicanos ao governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, voltou a criticar o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). O ex-ministro disse nesta segunda-feira, 24, que Jefferson é uma pessoa "descompensada" que agiu como um criminoso ao atirar e jogar granadas contra agentes da Polícia Federal que cumpriam mandato de prisão contra ele no domingo, 23.
"A Polícia agiu como tinha que agir. Nós tínhamos uma pessoa descompensada que estava agindo como um criminoso" disse a jornalistas antes de participar de uma caminhada em São Miguel Paulista, em São Paulo.
Tarcísio também defendeu a reação do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o episódio. "Para mim se trata de uma questão isolada de uma pessoa que está absolutamente descompensada. A gente repudia agressão e ataques a ministros do Supremo (Tribunal Federal) e qualquer gesto de violência" completou.
Após o episódio, Bolsonaro negou que tivesse uma relação de proximidade com Roberto Jefferson e chegou a dizer que não tirou sequer uma fotografia com o presidente afastado do PTB. Como mostrou o Estadão, porém, Jefferson tem uma relação antiga e próxima com o presidente.
Mais cedo, Tarcísio sugeriu em entrevista à Rádio Bandeirantes que Jefferson enfrenta problemas de saúde mental. O ex-deputado reagiu neste domingo, 23, a uma ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de revogar sua prisão domiciliar. A PF foi ao município de Levy Gasparian (RJ), onde Jefferson mora e resistiu a ser levado para o presídio. Ele atirou contra os policiais e jogou granadas, ferindo dois policiais.
A segurança pública é uma das principais bandeiras de Tarcísio na campanha pelo governo de São Paulo. Antes da caminhada em São Miguel Paulista nesta segunda-feira, correligionários pediam "Rota na rua" e a redução da maioridade penal para 16 anos.
Participaram do ato de campanha o deputado federal e vice-presidente do PP em São Paulo, Maurício Neves, o deputado estadual Major Mecca (PL-SP) e o deputado federal Cezinha da Madureira (PSD-SP). Também estava presente o deputado federal eleito Carlos Alberto da Cunha (PP-SP).
Como mostrou o Estadão, Cunha enfrentou um processo de demissão da Polícia no final de agosto por causa de críticas a integrantes da cúpula da instituição. O deputado eleito já havia sido alvo de processo de demissão anterior ao ser acusado de forjar a prisão do chefe de uma facção criminosa e postar em suas redes sociais.
Na caminhada, Tarcísio tirou fotos com apoiadores, entrou em lojas do comércio local e em uma base policial, onde cumprimentou os agentes. Em um momento, estudantes de uma escola pública apareceram na janela e manifestaram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que gerou vaias e reação dos bolsonaristas presentes.
Durante o comício, o candidato disse se comprometer com a segurança pública e pediu votos a Bolsonaro para permitir um realinhamento de São Paulo com o governo federal. "Vai ser muito mais fácil trabalhar com o presidente Bolsonaro", disse.