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Tarcísio e Haddad nacionalizam debate com confronto sobre pandemia e salário mínimo

Encontro é o último antes do segundo turno, que ocorre no próximo domingo, 30

27 out 2022 - 22h56
(atualizado em 28/10/2022 às 00h27)
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Debate entre Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos)
Debate entre Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos)
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No último debate antes do segundo turno, os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT), voltaram a nacionalizar a discussão, assim como já havia ocorrido em outros encontros, inclusive no primeiro turno.

Nesta quinta-feira, 27, na TV Globo, logo no primeiro bloco, os dois candidatos discutiram temas como pandemia e salário mínimo, o que acabando ditando o tom do restante do encontro, marcado por um clima mais acirrado do que o debate da Band, realizado no inicio do mês.

A estratégia de levar a polarização nacional para o embate entre os postulantes ao Palácio dos Bandeirantes foi puxada principalmente por Haddad. Tarcísio, por sua vez, iniciou o confronto mais na defensiva, criticando os ataques feitos pelo petista em sua propaganda eleitoral.

O ex-ministro da Infraestrutura disse que não vai aumentar a conta de água com a possível privatização da Sabesp, nem transportar o modelo de segurança pública do Rio de Janeiro para São Paulo. O candidato também disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL), se eleito, dará aumento real sobre o salário mínimo, pensões e aposentadorias.

Haddad usou a obrigatoriedade de vacinação de crianças para voltar a atacar Tarcísio. "Está na lei, você tem que acompanhar a vacinação de crianças, você tem que acompanhar a frequência escolar", afirmou o petista.

Haddad ainda afirmou que outras declarações classificadas pelo adversário como fake news, eram, todas verdadeiras. "Você está querendo estudar (a venda da Sabesp), como está querendo estudar as câmeras (dos policiais). Não funciona assim", disse Haddad.

Haddad insistiu na estratégia de listar falhas do governo Bolsonaro, apostando na alta rejeição do presidente. "Vocês estão fazendo um crédito consignado para arrancar o couro dos beneficiários do Auxílio Brasil", criticou o petista, mencionando o programa de crédito consignado lançado durante a campanha eleitoral pelo governo federal. O petista ainda fez críticas à política fiscal do governo Bolsonaro, mencionando o aumento do preço dos alimentos.

Já o candidato do Republicanos destacou o aumento do valor do Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, feito durante a gestão do atual presidente, que classificou como "grande alívio", que impulsionou a economia, preservou empregos e garantiu a sobrevivência da população mais vulnerável. Tarcísio ainda destacou que essa "mão assistencial" do governo foi maior do que todo o período de Bolsa Família. Segundo Tarcísio, o aumento recente da oferta de crédito foi uma "revolução silenciosa do sistema financeiro".

Ele ainda mencionou a gestão do ministro da Economia Paulo Guedes, sobre o aumento do valor do salário mínio. "Ministro Guedes já colocou isso de forma enfática: vai ter aumento real, vai aumentar mais do que a inflação", disse. Questionado sobre salário mínimo, Tarcísio enfatizou que é preciso "promover o emprego, movendo as alavancas corretas".

No segundo bloco, diante de nova tentativa de Haddad nacionalizar o debate, Tarcísio lembrou que o petista perdeu a disputa para Bolsonaro há quatro anos. "Você tem uma fixação de falar do governo federal, Haddad, falar do presidente Bolsonaro, que eu acho que você devia disputar de novo a Presidência da República. Você disputou em 2018, não foi bem sucedido, perdeu para o presidente Bolsonaro, mas me parece que não se acostumou com a ideia. Então, de candidato para candidato ao governo de São Paulo, supera, Haddad. Vamos discutir São Paulo", disse.

Questionado sobre habitação, Tarcísio defendeu o programa Casa Verde Amarela. Segundo o candidato, há R$ 1,7 bilhão por ano voltado para habitação de interesse social atualmente, valor que será triplicado em seu governo.

Ele ainda criticou a gestão de Haddad à frente da prefeitura da capital. Em resposta, Haddad voltou a nacionalizar o debate ao criticar a política habitacional de Bolsonaro. "Tarcísio você falar de habitação é uma covardia, vocês acabaram com o Minha Casa Minha Vida", disse o petista. "Você vai votar no Lula, então, domingo", completou.

O petista disse que o candidato do Republicanos menciona propostas primeiramente apresentadas por ele, como a redução do preço do ICMS dos alimentos e o aumento do valor do salário mínimo. Questionado sobre este tema, Tarcísio enfatizou que é preciso "promover o emprego, movendo as alavancas corretas".

Sobre a falta de médicos, Tarcísio afirmou que, em algumas regiões, São Paulo possui quantidade maior do que a recomendada pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas, em outras localidades, não há profissionais suficientes para atender a população. "A gente percebe que temos um problema de distribuição espacial. Como resolver esse problema? Com planos de cargos e salários", disse.

Apesar de em menor intensidade do que o adversário, Tarcísio também buscar nacionalizar o debate para atacar Haddad. "Com quem o PT vai governar? Até agora a gente não tem nenhum cheiro da equipe do candidato Lula, a gente não sabe quem vai ser o ministro da Economia ou da Infraestrutura."

No primeiro turno, o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo teve 9,8 milhões de votos (42,3%), enquanto o petista recebeu 8,3 milhões de votos, 35,7% do total contabilizado pela Justiça Eleitoral.

Pesquisa Ipec divulgada na última terça-feira, 25, mostra uma diferença de três pontos porcentuais entre os dois candidatos, tecnicamente empatados dentro da margem de erro. Tarcísio lidera com 46% das intenções de votos, ante 43% de Haddad.

Estadão
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