Tarcísio e Haddad repetem posturas de Bolsonaro e Lula durante votação em São Paulo
Candidatos ao governo de São Paulo adotaram discurso semelhante ao dos presidenciáveis e vestiram as mesmas cores que seus padrinhos políticos
Os candidatos ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), votaram na manhã deste domingo, 30, e repetiram os discursos adotados por seus padrinhos políticos, os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), respectivamente. Assim como o postulante petista ao Planalto, Haddad pregou o "fim da violência" na política e repudiou a conduta de personagens bolsonaristas; na mesma linha que o chefe do Executivo, Tarcísio disse estar com expectativa de vitória: "Estamos tomados pelo otimismo", afirmou.
Os candidatos também repetiram os presidenciáveis na vestimenta. Haddad foi de branco, assim como Lula e outros integrantes da campanha petista, como Simone Tebet (MDB). Tarcísio foi de verde e amarelo, da mesma forma que Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto.
Líder nas pesquisas para o Bandeirantes, Tarcísio votou em São José dos Campos, interior de São Paulo, no fim da manhã. O candidato vestia uma camiseta amarela estampada com uma imagem sua ao lado do presidente Bolsonaro, na frente, e com seu número de urna, atrás. Conversando com a imprensa, ele argumentou que fez uma campanha limpa e disse estar confiante com o resultado.
"Falei com o presidente (Bolsonaro). Estamos tomados pelo otimismo", afirmou. "A gente vê senso de responsabilidade, a gente vê que as pessoas estão depositando esperança nesse projeto". O candidato chegou para votar por volta das 11 horas acompanhado de sua mulher, Cristiane Freitas, e do candidato a vice em sua chapa, Felício Ramuth (PSD).
Questionado sobre o o fato de a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL), uma de suas principais aliadas, ter apontado uma arma de fogo a um cidadão neste sábado, 29, em São Paulo, Tarcísio não quis responder. "Não vi o que aconteceu, não acompanhei, não tenho nada para comentar".
Por sua vez, o candidato do PT ao Bandeirantes buscou explorar o episódio. Ocorrido na véspera da eleição, o evento tem sido utilizado como última peça de munição contra seu adversário, no momento em que a distância entre ambos é de seis pontos, com Tarcísio na dianteira, segundo o último Datafolha divulgado antes do pleito.
O petista disse acreditar na oportunidade de "deixar a violência de lado nesse País" com o resultado do segundo turno deste domingo, 30. Ele também mencionou os casos do ex-deputado Roberto Jefferson, que recepcionou agentes da Polícia Federal com disparos de fuzil em sua residência, e de Paraisópolis, onde uma agenda de seu rival foi interrompida por um tiroteio. "Não tem cabimento o que aconteceu ontem, não tem cabimento que aconteceu Paraisópolis, não tem cabimento o que aconteceu com Roberto Jefferson. São episódios que se sucedem de violência", afirmou Haddad.
O candidato também disse estar otimista com o resultado nas urnas. "Estou otimista com arrancada da última semana, a diferença caiu à metade. Estamos aqui para ganhar a eleição, tanto no São Paulo quanto no Brasil. Fiz uma campanha muito propositiva, oferecendo para população uma alternativa com segurança, com maturidade", disse.
Com reportagem de Gustavo Queiroz, Giordanna Neves e Marcela Villar