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Amoêdo: "muita dificuldade de apoiar Bolsonaro ou Haddad'

Candidato do Novo também disse que não vai abandonar a campanha para apoiar candidaturas de Centro

19 set 2018 - 11h11
(atualizado às 11h25)
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O candidato à Presidência pelo Partido Novo, João Amoêdo, afirmou que não é o momento para antecipar voto útil e disse que não vai desistir da campanha para apoiar outro candidato do chamado "centro" do espectro político. Sobre um eventual segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que estão liderando a disputa eleitoral segundo a última pesquisa Ibope. As declarações foram feitas durante Fórum "Páginas Amarelas", da revista "Veja", na manhã desta quarta-feira, 19.

João Amoêdo, candidato à presidência pelo Novo
João Amoêdo, candidato à presidência pelo Novo
Foto: ELIANE NEVES / Estadão Conteúdo

"Tenho muita dificuldade de apoiar qualquer um deles. Imagina apoiar o PT depois de tudo que fez: Mensalão, Petrolão... Por outro lado, temos uma pessoa que esta há 29 anos no Congresso e não consigo enxergar alguma realização", disse Amoêdo, em referência a Bolsonaro. "Só me vem na cabeça ele brigando com a deputada Maria do Rosário, com o deputado Jean Willys e homenageando torturador", disse.

Otimista, o empresário insistiu que tenta ser uma alternativa a essa polarização. Segundo afirmou, o cenário ainda está muito incerto e esta é uma eleição com muitos fatos novos. Sobre o desempenho de seu partido nas eleições, Amoêdo disse que esperam eleger 15 deputados. Segundo contou, sua bancada deve se posicionar pela redução da carga tributária e se comprometerá ainda em abrir mão de seus privilégios como parlamentares, como 50% da verba de seus gabinetes.

O candidato afirmou não considerar essencial ter experiência na gestão pública para realizar um bom trabalho como mandatário do País. "Não acho fundamental experiência na área pública, mas sim capacidade de gestão. Acho que estou habilitado a ser presidente", afirmou.

A concepção do Novo, disse o candidato, é contrária à política nos moldes tradicionais. "Percebemos que o modelo de Estado é concebido para atender aos interesses dos políticos e não aos brasileiros. Por isso, resolvi empreender na política, venho fazendo isso desde 2010", declarou.

Reforma da Previdência

A reforma da Previdência a ser tocada em um eventual governo de João Amoêdo deverá aproveitar a pauta que vem sendo discutida e está aguardando encaminhamento no Congresso Nacional, explicou o candidato. "É interessante aproveitar as discussões que já foram feitas e, num primeiro momento, aprovar algo mais simples".

Amoêdo comentou que, entre as medidas que podem integrar a proposta estariam o tempo mínimo de contribuição em 40 anos, assim como a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres em 65 anos. "Também queremos aplicar os mesmos critérios do setor privado aos funcionários públicos, que é um dos pontos de maior distorção no modelo atual", disse.

Em relação às empresas estatais, Amoedo reforçou que pretende repassá-las à iniciativa privada. "Somos contra o Estado ser gestor de qualquer empresa. Por isso, somos favoráveis a privatizar Petrobras, Caixa, Banco do Brasil, Correios. Em outros casos, em que não há demanda da iniciativa privada, a solução é fechar a empresa", afirmou. "O principal é que a privatização destas empresas tenha como objetivo dar mais concorrência aos brasileiros", declarou.

O candidato explicou que, para atingir este objetivo, entretanto, é preciso conduzir o processo de privatizações com critérios. "A Caixa e o Banco do Brasil, por exemplo, não faria sentido repassá-los aos bancos que já estão no mercado. Seria focado em bancos internacionais ou então transformá-las em corporações, como é o sistema norte-americano", explicou Amoêdo.

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